Se quisermos descrever a Legion Go numa frase, será ‘é uma Nintendo Switch em esteróides’. O novo PC/consola da Lenovo tem um ecrã LCD sensível ao toque com 8,8 polegadas (mais 1,1 polegadas que o da Switch); de cada lado, está um comando que pode ser destacado, tal como acontece com a consola portátil da Nintendo. É aqui que acabam as comparações possíveis, porque a Legion Go é, na prática, um PC capaz de fazer tudo o que um computador “normal” faz – até vem com Windows 11.
Um comando que também é um rato
Os comandos destacáveis são bastante volumosos e têm botões assimétricos. Do lado esquerdo, à frente, está um joystick analógico e um D-Pad digital com mais três botões. Na parte superior está um gatilho e um ‘shoulder button’; do lado direito, há quatro botões (semelhantes aos que se encontram num comando de Xbox), outro joystick analógico e um botão. A parte superior é igual à do lado esquerdo. Na parte de trás estão dois botões (numa posição ligeiramente diferente da do lado esquerdo) e uma roda de scroll – isto justifica-se pelo facto de o comando direito poder ser usado como um rato.
Na caixa está uma base que encaixa na parte de baixo do comando, que lhe permite deslizar facilmente em cima de uma mesa. Neste modo, o gatilho é o botão esquerdo do rato e o botão traseiro, mais à direita, faz as vezes do botão do lado direito. Mas por que é que a Lenovo optou por este conceito? Bom, suspeito que terá sido pelo facto de o Windows 11 não ser lá grande coisa quando é controlado exclusivamente por toque. Outra razão tem que ver com jogar FPS com um maior grau de controlo.
Poucas novidades na parte de dentro
Apesar de ter mais de oitocentos gramas, a Legion Go é fácil de manusear e os comandos “caem” exactamente onde estão os dedos. Ainda assim, é preciso gastar algum tempo a aprender o que é que cada botão faz, até porque as funções de cada um podem ser alteradas através de software.
Tal como a ROG Ally, a Legion Go usa a APU Ryzen Z1 Extreme da AMD, que inclui um processador de oito núcleos com uma velocidade de 3,3 Ghz (5,1 GHz em modo boost) e uma GPU com quatro unidades de computação RDNA 3. A memória é de 16 GB de DDR5 e o armazenamento chega aos 512 GB (pode ser ampliado até 1 TB).
Desempenho e bateria
Apesar de a APU da AMD ser bastante poderosa, a Legion Go tem alguma dificuldade em “digerir” alguns jogos, principalmente se puxarmos um pouco pelas definições gráficas. Ainda assim, nenhum título que experimentei ficou “injogável” com definições mais puxadas, embora as velocidades de actualização nunca tenham passado dos 50 fps, em definições mais modestas, e dos 30, nas mais exigentes.
Além dos jogos que usamos habitualmente para testar PC de gaming, também recorremos a Cyberpunk 2077, Deus Ex: Mankind Divided e Forza Horizon 5. No primeiro título, o melhor que a Legion Go conseguiu foi cerca de 30 fps; em Deus Ex, bateu nos 24 fps e, em Forza Horizon, 32. Testámos a Legion Go em modo de desempenho, apenas com bateria, o que limita um pouco a performance geral. Mas, acreditamos que, mesmo ligada à corrente, os valores não serão muito diferentes.
A bateria da Legion Go durou cerca de seis horas no nosso teste padrão – se for a jogar, claro que este valor será, necessariamente, mais curto.
Distribuidor: Lenovo
Preço: €799
Benchmarks
- PCMark 10 Geral: 6462
- PCMark 10 Bateria: 352 minutos
- 3D Mark Fire Strike: 7527
- 3D Mark Time Spy: 3369
- Far Cry 6 (1080p Ultra): 32 fps
- Shadow of Tomb Raider (1080p Highest DX 12): 32 fps
Ficha Técnica
Processador: AMD Ryzen Z1 Extreme
Memória: 16 GB LPDDR5X-7500MHz
Armazenamento: 512 GB SSD M.2
Placa Gráfica: RDNA 3
Ecrã: LCD IPS 8,8 polegadas (2560 x 1600)
Ligações: 2 x USB-C, Bluetooth, Wi-Fi 6
Dimensões: 299 x 131 x 41 mm
Peso: 854 gr