As Smart TV podem fazer mais que as televisões antigas: a maioria permite ver fotografias, reproduzir música em MP3 e ver vídeos, tudo a partir de uma pen USB ou de um disco rígido. Se nunca experimentou fazer isto, este guia pode ser um incentivo para começar a ver os seus conteúdos num ecrã (muito maior) que o do seu smartphone, tablet ou computador. Contudo, é preciso perceber com que tipo de formatos de vídeo é que as TV são compatíveis e, em alguns casos, converter ficheiros. É isto que ensinamos a fazer nesta edição.
1 – Formatar o dispositivo de armazenamento
A opção mais simples de guardar ficheiros e vê-los na TV é com uma pen USB. Em teoria, podemos fazer o mesmo com um disco rígido portátil, mas é preciso ter cuidado para não o deixarmos pendurado na televisão com um cabo curto, pois pode fazer muita pressão sobre a entrada USB da TV. Se usar um disco rígido, terá também de considerar a forma de lhe dar energia. Algumas unidades portáteis podem ser “alimentadas” pelas portas USB da televisão, mas se isto não for possível, tem de recorrer a um adaptador, caso o disco rígido permita esta alternativa. Depois, o mais importante é formatar a pen ou o disco, escolhendo um sistema de ficheiros que a TV consiga ler, sistema este que varia consoante os fabricantes e, em alguns casos, os modelos.
Portas USB com energia
A porta USB da Smart TV pode indicar a quantidade de corrente que disponibiliza: no nosso caso, as duas portas USB têm 5V/0.5A e 5V/1A – note-se que esta última entrada até tem a indicação ‘HDD’, o que significa que é a porta indicada para ligar um disco rígido portátil.
2 – Compatibilidade com sistemas de ficheiros
As TV QLED e SUHD da Samsung são compatíveis com discos formatados em FAT, exFAT e NTFS; já as Full HD (1920 x 1080) usam FAT16, FAT32 e NTFS. Há também uma diferença no que respeita aos número de ficheiros que as TV da Samsung podem detectar, numa unidade USB. Os modelos QLED e SUHD podem ter até mil ficheiros por pasta, pelo que se a pen ou o disco tiver mais que isto (ficheiros e pastas), muitos dos conteúdos ficam inacessíveis. Quanto aos televisores Full HD, a Samsung avisa que, se o número de ficheiros e pastas guardados num dispositivo de armazenamento for superior a quatro mil, estes «podem não aparecer e algumas pastas podem não ser abertas».
Já as Sony podem ser usadas com FAT12, FAT16, FAT32 e exFAT, enquanto a LG aconselha os clientes a ligarem, apenas, dispositivos de armazenamento USB formatados em FAT32 ou NTFS.
Para que não tenha dúvidas, a opção mais segura é consultar o manual da TV ou procurá-lo no site manualslib.com (o modelo da televisão costuma estar num autocolante, que pode encontrar na parte de trás). No entanto, tenha em conta que, mesmo que uma TV seja compatível com vários formatos, alguns serão mais adequados que outros: uma pen ou disco com FAT (12, 16 e 32), apenas é compatível com ficheiros de 4 GB ou menos, o que pode impedir a sua utilização para ficheiros de vídeo de resolução muito elevada ou mais longos. Assim, se a televisão puder ser usada com exFAT ou NTFS, estes tendem a ser uma escolha melhor: o tamanho máximo teórico de cada ficheiro é de… 16 exabytes (o equivalente a cerca de dezassete mil milhões de GB) – na verdade, ainda não existe uma unidade suficientemente grande para guardar um ficheiro deste tamanho.
Formatar um disco ou uma pen no Windows
Ligue o disco ou a pen a uma porta USB do computador e, no ‘Explorador de Ficheiros’, clique com o botão do lado direito do rato em cima da unidade – a nossa é ‘Ferias 2022’. Escolha ‘Formatar’ e, na pequena janela que se abre, seleccione a opção desejada em ‘Sistema de ficheiros’: no nosso caso, ‘exFAT’ ou ‘NTFS (Predefinição)’.
Formatar um disco ou uma pen no macOS
Como no Windows, ligue a unidade de armazenamento a uma porta USB. Abra o ‘Finder’ e entre nas pastas ‘Aplicações’ > ‘Utilitário de Discos’. Do lado direito, seleccione o disco ou a pen e clique em ‘Apagar’, no menu de topo. Nas opções que aparecem, carregue no campo ‘Formato’ e seleccione o sistema de ficheiros apropriado.
3 – Formatos de ficheiros compatíveis
O sistema de ficheiros é apenas metade desta “história”: também temos de ter conteúdos num formato que o televisor consiga ler. Mais uma vez, isto varia consoante os fabricantes e os modelos. A Samsung, por exemplo, diz que os seus QLED e SUHD podem reproduzir AVI, MP4 e FLV (vídeo); MP3, Windows Media, AIF e WAV (música). Se quiser ver um vídeo 4K filmado com um telemóvel, poderá ter de reduzir a resolução e o formato.
Se não conseguir perceber que tipo de ficheiros de vídeo compatíveis com uma televisão, tem de optar pela velha estratégia de ‘tentativa e erro’: comece com H.264 ou MP4. Se a resolução do seu vídeo for superior a 1920 x 1080, reduza-a para 1080p ou 1080i, uma vez que isso vai torná-lo compatível com mais modelos de TV.
4 – Converter ficheiros de vídeo com o HandBrake
A – Faça o download do HandBrake em handbrake.fr, inicie o programa e arraste o vídeo a converter para a grande caixa cinzenta escura. Se quiser converter vários ficheiros de uma só vez, junte-os a todos numa pasta, clique em ‘Folder (Batch Scan)’ e importe-os.
B – Clique no separador ‘Dimensions’ para ajustar a resolução do vídeo. Comece pelo ‘Resolution Limit’, onde estão várias pré-definições: 8K, 4K, 1080p e 720p, entre outras. Se nenhuma destas corresponder às suas necessidades, desmarque a opção ‘Optimal Size’ e introduza as dimensões que quiser, em ‘Scaled Size’.
C – Entre no separador ‘Video’ e seleccione um formato em ‘Video Encoder. A maioria das TV deve ser capaz de reproduzir H.264 ou MPEG-4 (MP4). Deixe as restantes definições como estão.
D – Finalmente, carregue em ‘Preview’ para abrir o vídeo numa janela flutuante. Se estiver satisfeito com o resultado, clique no botão verde ‘Start Encode’ – em baixo, aparece uma barra que vai mostrando a evolução do processo. O vídeo fica gravado na pasta que estiver definida em ‘Save As:’