Numa cerimónia que vai acontecer amanhã, na sede do CEiiA em Matosinhos, serão entregues dois «observatórios submarinos autónomos» à Marinha Portuguesa, os Landers. Este projecto foi criado em 2017, pelo CEiiA, com o objectivo de estudar o território marítimo nacional.
Os Landers são robots científicos com base numa «plataforma flexível e configurável»: têm uma autonomia de «até seis meses» e conseguem chegar aos quatrocentos metros de profundidade». Segundo o CEiiA, com esta tecnologia, a Marinha Portuguesa vai poder fazer a «recolha de dados físicos, químicos e biológicos no leito marinho».
Isto é possível devido o facto de os Landers terem uma «grande diversidade de sensores instalados, entre outras aplicações», que permitem gerar resultados relativos a «monitorização ambiental e vigilância acústica». O projecto foi desenvolvido no âmbito do programa OceanTech, do CEiiA, com um investimento total de cerca de dez milhões de euros.
O modo de funcionamento destes equipamentos é semelhante ao de um qualquer robot não-tripulado (ou mesmo de um submarino científico): têm de ser colocados à superfície, a partir de navios. Depois, vão «mergulhando passivamente por ação gravítica do seu lastro até à profundidade» determinada.
Contudo, o conceito dos Landers é um diferente: em vez de se movimentarem com a ajuda de hélices ou outro sistema de propulsão, “aterram” (‘land’, em inglês, daí o nome) no fundo do mar e desenvolvem, imobilizados, as suas análises e medições.
Entre os parceiros do CEiiA neste projecto estão a Abyssal, o IPMA, a Tekever AS/ASDS/TI, a OceanScan, a Universidade do Porto, a Usimeca, a Universidade do Algarve, a Critical Materials e o Instituto Superior Técnico.