O lixo espacial é um dos factores que aumenta o risco das missões espaciais, sejam tripuladas ou não. Os números dizem-nos que, actualmente, cerca de 130 milhões de detritos com dimensões entre um milímetro e mais de dez centímetros a orbitar a terra, a maioria por catalogar ou rastrear.
Para tentar encontrar uma solução para este problema, Joel Filho, estudante de doutoramento em Engenharia Física no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desenvolveu um sistema low cost para detecção de lixo espacial.
A proposta de Joel Filho passa por «equipamento constituído por mini-computadores com câmaras de baixo custo e um algoritmo de detecção» de detritos espaciais. Segundo a Universidade de Coimbra, já houve testes, que consistiram em apontar as câmaras para o Espaço, com o objectivo de «detectar o rasto deixado pelos satélites», uma vez que estes detritos são «muito semelhantes ao lixo espacial.
Neste momento, os sistemas existentes personificam-se em «radares e telescópios ópticos terrestres limitados pela sua sensibilidade», o que faz com que não consigam detectar detritos muito pequenos; além disso, é «difícil obter informações precisas sobre a localização orbital destes objectos», explica Nuno Peixinho, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Para já, os «resultados são bastante promissores», o que terá contribuído para que Joel Filho tenha ganho uma bolsa da Agência Espacial Europeia no valor de noventa mil euros. Este valor vai ajudar a desenvolver ainda mais o projecto ‘Algoritmos de detritos espaciais em imagens de constelações de satélites para a caracterização e determinação orbital de detritos’.
Este sistema tem como base «algoritmos open source» e consegue determinar a «órbita do lixo espacial» a partir de câmaras a «bordo de satélites, fazendo uso das imagens que estes utilizam para determinação da sua orientação no Espaço».