Primeiro os Nexus, e os Pixel: estes são os smartphones de referência do Android. Os primeiros foram desenhados e fabricados pela Google em conjunto com várias empresas, como a HTC e a Asus. Os segundos, começaram a ser vendidos em 2016 e são 100% Google. Desde que a linha Nexus desapareceu, deixaram de ser vendidos smartphones com intervenção directa da Google, em Portugal – até agora.
O Pixel 8 Pro tem um ecrã OLED LTPO de 6,7 polegadas; atrás, estão três câmaras, organizadas numa linha horizontal (uma com 50 MP e duas com 48) e um termómetro, que permite saber a temperatura de objectos (ainda não funciona em seres vivos) através de uma aplicação. A qualidade das fotografias é excelente, com tons de pele completamente naturais também tudo devido ao pós-processamento por IA.
O que faz funcionar tudo é o SoC Tensor G3, fabricado pela Google. Este chip tem uma característica diferente do habitual: um número ímpar de núcleos de CPU. Em vez dos habituais oito que se encontram na maioria dos smartphones, o Tensor G3 tem nove núcleos de CPU, acompanhados pela GPU e um processador especializado para tarefas de inteligência artificial, que foi especialmente projectado para acelerar os algoritmos usados pela Google nos seus serviços de IA. Em todos os testes de desempenho, o Pixel 8 Pro ficou a meio da tabelam, com excepção da autonomia: está no nosso top 5. Em termos de memória RAM, todas as versões do Pixel 8 Pro têm 12 GB.
Inteligência artificial em todo o lado
Mas a estrela deste no Pixel 8 Pro é mesmo o software: o Android 14. Nesta versão, muitas funcionalidades giram à volta da inteligência artificial, com destaque para duas: a ‘Melhor Take’, que permite escolher a melhor expressão quando se tira uma foto a uma ou mais pessoas; e a ‘Borracha de som’, para eliminar ruídos de fundo em vídeos. Posso garantir que tudo isto funciona como a Google promete e que são, ambas, facílimas de usar. Porém, há outras que não estão disponíveis em Portugal, como a que atende as chamadas com IA quando o utilizador quer (ou não pode) e fala com a pessoa do outro lado. Ainda assim, o software deste smartphone é poderosíssimo.
Uma das coisas de que gostei mais foi da experiência de utilização. O Android, na sua forma mais pura, é o mais fácil de usar e mais apelativo que os que usam ‘launchers’ cheios de coisas saltitantes e ruídos por tudo e por nada. A transferência do meu Android anterior para o Pixel funcionou sem problemas, mas, naturalmente, tive de voltar a inserir as credenciais de grande parte das aplicações e voltar a emparelhar os meus dispositivos Bluetooth. Um aspecto de que não gostei foi o tempo que demorou a actualizar o sistema operativo, cerca de quarenta minutos entre downloads e instalação.
Estes resultados não são brilhantes, mas, além da falta de vigor dos processadores, podem ter várias explicações, como a optimização do sistema operativo ou a adaptação dos testes a uma nova versão do Android. Pode ser que, daqui a umas semanas, depois de várias actualizações, alguns dos resultados sejam diferentes. Digo isto porque, numa utilização diária, esta aparente falta de velocidade não se nota, de todo. E posso dizê-lo porque, para este teste, passei de um smartphone com um dos CPU mais rápidos da actualidade para este.
Em sentido contrário, o que se nota bastante é o aquecimento. Quando o Pixel 8 Pro está a fazer um processamento mais pesado, a traseira aquece – embora não seja desconfortável, é mais quente que outros modelos equivalentes.
Distribuidor: Google
Preço: €1139 (128 GB)
Benchmarks
- AnTuTu: 1 038 606
- 3D Mark Wild Life: 8968
- GeekBench Single CPU: 1675
- GeekBench Multi CPU: 4356
- GeekBench OpenCL: 4988
- PCMark Work 3.0: 11 855
- PCMark Work 3.0 Baterry: 1050 minutos
Ficha Técnica
Processador: Tensor G3
Memória: 12 GB
Armazenamento: 128 GB
Câmaras: 50 MP (grande angular), 48 MP (teleobjectiva), 48 MP (ultra grande angular)
Ecrã: 6,7” OLED LTPO,120 Hz (1344 x 2992), 489 ppi
Bateria: 5050 mAh
Dimensões: 162,6 x 76,5 x 8,8 mm
Peso: 213 gr