Era uma decisão esperada e que dá uma machadada na estratégia de publicidade da Meta, na Europa. O Comité Europeu para a Proteção de Dados impôs a «proibição do tratamento de dados pessoais para fins de publicidade comportamental, com base em contratos e interesses legítimos, em todo o Espaço Económico Europeu».
A decisão vai, assim, impedir que a dona do Facebook e do Instagram recolha dados pessoais dos seus utilizadores para depois direccionar anúncios com base nessa informação – é o que acontece actualmente.
Por exemplo, se num anúncio do Instagram tocarmos nos três pontinhos e entrarmos na opção ‘Porque estás a ver este anúncio’, a rede social explica as razões: por ser pela idade, pela localização ou por interesses em alguns temas que tenhamos definido na nossa conta.
Com esta decisão do Comité Europeu para a Proteção de Dados, isto deixa de ser possível. A alternativa, é uma solução já confirmada pela Meta e que vai ser lançada este mês: pagar uma subscrição no Instagram e no Facebook para usar as duas redes sociais sem anúncios. É, por exemplo, o que acontece com as plataformas de streaming Spotify e YouTube.
«A Meta já anunciou que dará aos seus utilizadores de países da UE a oportunidade de consentir [o uso de informação pessoal para ser usada em contexo de publicidade] e, em Novembro, oferecerá um modelo de subscrições para cumprir os requisitos regulamentares», disse um representante da empresa liderada por Mark Zuckerberg.
A tomada de posição do Comité Europeu para a Proteção de Dados surge na sequência de uma proibição semelhante, adoptada pelo regulador da Noruega, a Datatilsynet. Na UE, o responsável por aplicar desta decisão é a Data Protection Commission da Irlanda, que tem autoridade sobre as operações da Meta na Europa. Agora, a Meta tem quinze dias para se adaptar, com a proibição efectiva a entrar em vigor na semana de 20 de Novembro.