A edição de 2023 do EIT Health InnoStars, uma competição europeia que distingue startups na área da saúde, destingiu uma mão cheia de empresas nacionais em dois dois seus programas de aceleração: InnoStars Awards e RIS Innovation Call.
O primeiro tem como objectivo «apoiar startups em fase inicial na sua transição de protótipos/MVPs para produtos prontos para o mercado», quanto o segundo ajuda «projectos locais de saúde a iniciar as suas jornadas de inovação na fase de prova de conceito».
No InnoStars Awards, o primeiro prémio (25 mil euros) foi para a Orgavalue, uma startup criada por «estudantes da Universidade de Medicina do Porto», cuja missão é «eliminar as listas de espera para transplante de órgãos». Para isso, a empresa está a «desenvolver um método único para a bioengenharia de órgãos humanos personalizados, descelularizando órgãos do doador e, em seguida, recelularizando a estrutura com células derivadas de pacientes».
A Orgavalue quer, assim, «ajudar a reduzir o risco de rejeição do órgão transplantado e eliminar os resíduos de órgãos». O grande objectivo passa por chegar ao mercado em «2028».
O segundo prémio do programa InnoStars Awards (15 mil euros) também veio para Portugal: a BEAT Therapeutics (também do Porto, da Faculdade de Farmácia) convenceu o júri com um «novo agente antitumoral, o BBIT20, que interrompe uma via vital nas células cancerígenas e inibe a reparação do seu DNA». Esta investigação quer acabar com a «profunda falta de opções de tratamento eficazes que afetam 1,7 milhões de novos pacientes diagnosticados todos os anos com cancros difíceis de tratar».
Segundo os responsáveis da BEAT, o BBIT20 tem uma «eficácia quatro a vinte vezes maior em relação à quimioterapia e terapias direccionadas, com doses menores e perfil de segurança comprovado».
Já no programa RIS Innovation Call, as startups nacionais também foram as grandes vencedoras e ficaram os três primeiros lugares: o “ouro” foi para a Gotech, que criou a «primeira tampa de cateter totalmente integrada e activada por luz de grafeno que previne continuamente infecções em pacientes em diálise».
A “medalha de prata” foi para a startup que desenvolveu o Bactometer, um «dispositivo magnético portátil para detecção e identificação rápida, precisa e económica de patógenos». Finalmente, no terceiro lugar, ficou a Orgacancer, uma spin-off da Orgavalue, que trabalha em «microdispositivos que recapitulam as estruturas de órgãos humanos vivos para promover modelos de doenças para o cancro e a regeneração».