O aracnídeo mais famoso do universo está de volta num dos jogos mais aguardados do ano: Spider Man 2. E a verdade é que não desilude – pelo contrário – e confirma tudo o que a Sony prometera. Spider Man traz consigo o seu inseparável Miles Morales para juntos salvarem de novo a cidade de Nova Iorque de inúmeros e conhecidos vilões que surgem com uma cadência – nalguns momentos – frenética, intercalada com cenas quase cinematográficas de ficar preso ao ecrã.
Novos gadgets, novas habilidades de combate para se usar no modo Spider Man, Miles Morales ou em conjunto quando vão aviando bandidos e vilões e uma nova forma de nos deslocarmos no mapa do jogo que agora se estende também à margem direita de Manhattan. Em vez de baloiçar com as teias – continua a ser possível por ser imagem de marca do herói – ou usar o metro para deslocações mais longas como acontecia em Miles Morales, desta vez, Spider Man e Miles Morales conseguem planar – quase ao estilo do Batman – e ir da baixa de Manhattan até Harlem no espaço de poucos minutos e com grande estilo – quase o sonho de qualquer nova iorquino ou turista em Nova Iorque.
Antes uma palavra para os gráficos e a definição dos edifícios e dos espaços de Nova Iorque onde decorre o jogo. É realmente um luxo e um prazer ver a forma como a cidade e toda a atmosfera da cidade foram recriados e todos os detalhes que conseguiram transpor para o jogo – chega a ser possível olhar para o interior dos apartamentos. Por isso mesmo, acabou por ser estranho ver a Fonte Bethesda no Central Park reproduzida na perfeição e o túnel que a antecede com grades.
Mas comecemos pelo início. Spider Man 2 inicia-se com explicação dos dois jogos anteriores que serve de enquadramento da história e com Venon a dar logo o ar da sua graça. Tal como mandam as regras dos jogos e filmes de acção de referência, os primeiros 15/20 minutos do jogo são de pura acção com Sandman a ter um papel de destaque e revela logo o que se poderá esperar com o desenrolar do jogo. A história vai continuando de forma fluida, com ritmo qb – embora por vezes demasiado lenta -, com alguma troca de piadas entre personagens e situações engraçadas e com vários twists na narrativa.
Seria impossível fazer esta análise ao jogo sem destacar a cena que decorre no famoso parque de diversões de Coney Island com Peter Parker, Harry Osborn e MJ e que marca também um ponto relevante na história. No meio da beleza do espaço à noite que conseguem reproduzir sobressai também a famosa montanha-russa cyclone, uma das mais antigas montanhas-russas do mundo, e também a boa educação de Peter Parker a pedir desculpa às pessoas quando a correr esbarra nelas. Venom tem aqui a sua primeira aparição, mas sem que o jogador perceba realmente qual o papel na história pois, entretanto, já outros vilões apareceram na narrativa e assumiram o papel principal.
Kraven, Lizzard, Sandman, Martin Li, Dr. Octopus e mesmo Venon são personagens que vão ganhando o seu destaque e relevância na história até que um deles ganha predominância e arrecada o estatuto de “vilão” principal obrigando Spider Man e Miles Morales a terem de se empenhar a fundo para salvar Nova Iorque – e mesmo a humanidade – das garras do vilão.
E por falar em vilões a luta com Lizzard que se desenrola em vários momentos é outro dos pontos altos do jogo, só ultrapassada pela longa batalha final que se prolonga muito e obriga ao envolvimento e empenho de Peter Parker, Miles Morales e MJ. As sequências finais do jogo, além de cinematográficas e intensas estão repletas de acção e de surpresas.
Por fim, as coisas que gostámos menos ou que se tornam quase insignificantes face à história principal. Em primeiro lugar, a história secundária em Spider Man 2 – A Chama – que por muito que tentem acaba por não atrair. Estar ou não estar ia dar ao mesmo.
Outra coisa bastante inverosímil é Nova Iorque estar à beira do apocalipse total e verem-se aviões no ar como se nada se tratasse. Depois, a inserção na história de temas ambientais – através de micro missões – que não se percebe o porquê de lá estarem – como por exemplo a utilização de uma bicicleta eléctrica no Central Park onde temos de evitar que as baterias expludam. Mas este não é o único exemplo. Parece que passou a ser politicamente correcto meter nas histórias este tipo de temáticas nem motivo que o justifique.