Esta plataforma, cuja primeira versão chegou ao mercado em Setembro de 2021, foi criada com objectivo «preencher o grande gap que existe entre a vida académica e o mercado de trabalho», explica Felipe Vieira, co-fundador e CEO da Networkme. É por isso que a Networkme tem diversos simuladores para que os jovens percebam qual a carreira que querem seguir e construam um perfil mais adaptado às necessidades do mercado. O responsável destaca que a startup, fundada em conjunto com Marcelo Manteigas (actual CTO), quer «revolucionar a forma como as grandes empresas contratam jovens talentos, através da criação de actividades e desafios que dão a todos, independentemente de onde vivem ou vêm, a hipótese de mostrar vontade, comprometimento e capacidade de assumir posições nas mais diferentes empresas».
O empreendedor revela que a solução da Networkme tem uma «dinâmica de maketplace», já que tanto se destina a ajudar os jovens a «conseguirem o seu primeiro emprego, como auxilia as empresas a encontrar o melhor talento». O factor diferenciador reside em terem «invertido o funil de atracção de talento, ao promover primeiro a interacção entre ambas as partes, de forma a criar um relacionamento prévio antes da contratação».
A startup nasceu do facto de os dois fundadores terem tido «caminhos turbulentos até o mercado de trabalho», acrescenta Felipe Vieira. Assim, quando ingressaram no mercado, perceberam que «existia uma grande diferença entre a percepção que os jovens têm do mesmo, do seu funcionamento e da realidade empresarial». Esta lacuna «dificulta a comunicação entre os recrutadores e os futuros, ou até mesmo actuais, candidatos», lembra o co-fundador.
Chegar a um milhão de jovens
Desde o lançamento, a plataforma da Networkme não tem parado de crescer, como salienta o CEO: «Já temos uma base de mais de setenta mil utilizadores e trabalhamos com cerca de oitenta empresas de Portugal e Espanha, com um crescimento de cerca 35% por trimestre». A Networkme trabalha com grandes empresas como a Sonae, a Altice, o BNP Paribas, o El Corte Inglés, o Grupo Visabeira e a The Navigator Company, entre outras.
A chegada ao mercado espanhol aconteceu no início de 2023, com Felipe Vieira a fazer um balanço positivo da operação: «Temos desenvolvido diversas parcerias com empresas como a Bakinter, a Logista e diversas instituições como a EDEM e a Universidad de Valencia». O responsável revela que, neste momento, não há planos imediatos para se internacionalizarem além da Península Ibérica: «Queremos focar-nos em Portugal e Espanha. Temos outros mercados em mente, mas ainda estamos a estudar como vamos fazer esse caminho».
A equipa da Networkme é constituída por «vinte colaboradores divididos por Portugal e Espanha»; a empresa está sempre à procura dos melhores talentos, sublinha Felipe Vieira: «Queremos pessoas com perfis de tecnologia e de operações, mas que, principalmente, tenham vontade de gerar um impacto real na maneira como os recrutadores olham para os jovens talentos e lhes dão oportunidades».
As previsões para os próximos anos são claras e o co-fundador e CEO avança as metas: «A nossa perspectiva é a de revolucionar todo o processo de entrada no mercado de trabalho e também o de recrutamento jovem, de forma a torná-lo mais meritocrático. Acreditamos que temos o potencial de ajudar cerca de um milhão de jovens no seu desenvolvimento profissional nos próximos cinco anos».