Até agora, só tínhamos testado o novo Xiaomi 13: embora fosse bastante elegante e tivesse características muito interessantes, deixou-nos a sensação de que poderia oferecer mais. Parte dessa sensação seria, certamente, colmatada com a versão Pro, com outros acabamentos, como a traseira em cerâmica, um ecrã maior, com mais definição e um conjunto de câmaras traseiras de respeito. Mas a Xiaomi achou que ainda faltava “qualquer coisinha”. Assim, criou a versão Ultra, que promete oferecer tudo o que desejamos num smartphone. Terá a Xiaomi cumprido essa promessa?
Ultra de Premium
Começando pelo óbvio, o design do 13 Ultra é claramente inspirado no anterior Xiaomi 12S Ultra que só esteve disponível no mercado chinês. Foi, na altura, o primeiro smartphone a tirar partido fo novíssimo sensor Sony IMX989 de uma polegada, que passou a estar presente em mais equipamentos, como o Vivo X90 Pro e o Xiaomi 13 Pro. Mas, este equipamento é bem mais que um simples sensor de imagem, é toda uma experiência, a começar pelo design e acabamentos, com elementos diferenciadores como o painel traseiro com uma textura a imitar pele (pele sintética), que garante um tacto excelente e impede a formação de dedadas. Destaque ainda para a presença de altifalantes estéreo nas extremidades e de um sensor de infravermelhos para controlar equipamentos como uma televisão, uma raridade em dispositivos com certificação IP68.
Configuração de topo
Embora não muito distinta da 13 Pro, a versão Ultra conta com tudo aquilo que poderíamos esperar de um modelo de topo, em 2023. O Snapdragon 8 Gen2 garante um desempenho de topo por um período prolongado, ao contrário do que acontecia com o Xiaomi 13: isto deve-se a um sistema de arrefecimento Loop LiquidCool de grandes dimensões. Este SoC vem acompanhado de 16 GB da mais rápida memória RAM do tipo LPDDR5X e de 512 GB de armazenamento de última geração UFS 4.0. Os resultados, como seriam de esperar, são excelentes – o Ultra bateu recordes em alguns benchmarks, o que é curioso se tivermos em conta que o SoC do rival Galaxy S23 Ultra tem uma frequência mais elevada no núcleo principal Cortex-X3 (3,36 vs. 3,2 GHz). Relativamente à bateria, temos uma solução de duas células com 5000 mAh de capacidade total, com uma potência máxima de 90 W – ou seja, demora menos de quarenta minutos a carregar totalmente. Também o podemos fazer em modo wireless até 50 W, bem como carregar outros dispositivos, desta forma, até 10 W.
Tudo na imagem
Foi nas câmaras que a Xiaomi apostou tudo, explorando ao máximo a parceria que tem com a Leica. Em termos de hardware, o 13 Ultra recorre ao já referenciado sensor Sony IMX989 de 50 MP, com uma abertura variável de f/1.9 e f/4.0. Este sensor vem acompanhado de três adicionais Sony IMX858, todos eles de 50 MP: ultra grande angular (equivalente a 12 mm), telefoto (75 mm) e super telefoto (120 mm). Podemos afirmar que, até um zoom digital de 10x, esta solução revelou ter um desempenho superior à actual referência de mercado, o Galaxy S23 Ultra; contudo, a partir daí, ambos são equiparados.
Mas é na captação de retratos, ou fotografia de objectos mais próximos, que a solução da Xiaomi é impressionante, especialmente tirando partido dos resultados obtidos pela grande abertura no sensor principal de grandes dimensões. Também à noite tivemos resultados surpreendentes, com ambos os sensores, bem como em vídeo (até 8K a 24 fps, ou 4K a 60 fps). Só o sensor frontal nos pareceu deslocado, ao oferecer resultados meramente satisfatórios, longe da excelência dos traseiros.
Saibo como usar os Modos Leica
Através da parceria com a Leica, a Xiaomi disponibilizou dois modos de processamento da imagem distintos, optimizados pela histórica marca alemã de fotografia. No modo ‘Leica Authentic’, terá acesso a tons mais realistas, com o modo ‘Leica Vibrant’ a revelar-se mais expressivo, perfeito para uma partilha imediata nas redes sociais.
Para aceder à configuração dos modos de imagem Leica, apenas precisa de abrir a aplicação da câmara, e no atalho para as definições rápidas, clicar no ícone do ‘Estilo’, que tem o pequeno logótipo da Leica. Por defeito, encontra-se activo o modo ‘Leica Vibrant’, que garante uma maior saturação das cores, para um visual mais expressivo.
Se preferir fotografias mais realistas, com uma saturação de cores menos ampla, recomendamos que opte pelo modo ‘Leica Authentic’. Só desta forma conseguirá garantir que certos tons, como a tonalidade da pele, sejam idênticos aos tons da realidade.
Distribuidor: Xiaomi
Preço: €1499,99
Benchmarks
- AnTuTu: 1 538 363
- 3D Mark Wild Life: 13 995
- GeekBench 5 Single CPU: 2035
- GeekBench 5 Multi CPU: 5621
- GeekBench 5 OpenCL: 10326
- PCMark Work 3.0: 15 991
- PCMark Work 3.0 Battery: 1067 minutos
Ficha Técnica
Processador: Qualcomm Snapdragon 8 Gen2 5G (3,2 GHz + 2x 2,8 GHz + 2x 2,8 GHz + 3x 2,0 GHz)
Memória: 16 GB
Armazenamento: 512 GB
Câmaras: 50 MP f/1.9 – f/4.0 + 50 MP f/3.0 + 50 MP f/1.8 + 50 MP f/1.8 (traseira); 32 MP f/2.0 (frontal)
Ecrã: 6,73” AMOLED 120 Hz (3200 x 1440), 522 ppi
Bateria: 5000 mAh
Dimensões: 163,2 x 74,6 x 9,1 mm
Peso: 227 gr