Esta é daquelas histórias irónicas sobre tecnologia: os Sleepbuds começaram por ser um projecto de crowfunding da Bose, em 2018, tiveram sucesso e foram mesmo produzidas duas versões. Mas, em 2020, a empresa decidiu acabar com este gadget, que servia para ajudar a adormecer, e os Sleepbuds desapareceram das lojas.
Há poucos meses, três ex-funcionários da Bose compraram a marca registada Sleepbuds à Bose, criaram uma nova empresa (chamada Ozlo) e (re)lançaram os auriculares, com mais funcionalidades, no… Kickstarter, uma plataforma de crowdfunding.
É aqui que está a ironia: os Sleepbuds voltam à estaca zero e regressam às campanhas de financiamento, numa espécie de regresso à origem. Ainda assim, a Ozlo já garantiu uma injecção de cerca de oito milhões de euros, de outras fontes.
Os novos Sleepbuds, que mantêm o aspecto dos originais (e até mesmo o modelo de caixa), mas já não servem apenas para reproduzir sons relaxantes para ajudar a dormir. Agora, incluem uma «tecnologia de detecção biométrica para analisar o movimento e respiração» dos utilizadores, durante o sono.
Com uma bateria que deve durar até dez horas, os Sleepbuds “v3” vêm com um estojo que também não é tão simples do criado pela Bose: tem sensores de «luminosidade, som e temperatura», para fazer uma “radiografia” do ambiente e tentar perceber por que razão «alguém está a dormir mal».
Os dados recolhidos pela caixa e pelos auriculares podem, depois, ser consultados numa app para smartphone e são apenas processados/guardados localmente – ou seja, a Ozlo nunca vai ter acesso aos mesmos, embora seja possível partilhar esta informação com as apps de saúde da Apple e da Google.
Outra das mudanças, e esta faz toda a diferença, é a nova capacidade de reprodução de música, algo que os originais não conseguiam – serviam apenas, como já referimos, para tocar sons relaxantes que ajudavam a adormecer.
A campanha do Kickstarter está activa até 20 de Setembro – para a Europa, cada unidade custa 273 dólares (250 euros). Este projecto também já se encontra mais que financiado – dos 28 mil dólares (25 mil euros) pedidos, a Ozlo já conseguiu 462 mil (cerca de 425 mil euros).