Na semana passada, o Parlamento Europeu aprovou nova legislação que tem como objectivo actualizar o ciclo de vida das baterias, do desenho à reciclagem, quando ficarem inutilizadas. Isto vai ter bastante impacto, principalmente no mercado dos telemóveis.
Entre outras mudanças, segundo as novas regras obrigam a que todas as baterias nos dispositivos para o mercado de grande consumo possam ser retiradas e substituídas facilmente. O que, obviamente, não é o que acontece na actualidade.
Para quem não sabe, no início, os telemóveis todos tinham baterias amovíveis, como acontece actualmente com as ferramentas sem fios. Bastava tirar a peça traseira, remover a bateria e colocar uma nova. Muitas pessoas até andavam com uma bateria extra, carregada, para poderem substituir ao longo de um dia.
Com o tempo, os vários fabricantes de telemóveis deixaram de usar o sistema de baterias amovíveis e passaram a “selar” os seus dispositivos, o que acabou por permitir o desenho de telefones mais finos. Quando se deu esta alteração, muitos utilizadores não gostaram, mas, com o tempo, acabaram por aceitá-la. Quando a nova legislação europeia entrar em vigor, vai obrigar os fabricantes a voltarem ao sistema antigo, ou a, pelo menos, um sistema semelhante.
Esta não é a primeira vez que a União Europeia obriga os fabricantes de smartphones a mudarem a forma como desenham os seus produtos. No ano passado, a UE definiu um prazo até 28 de Dezembro de 2024, para que os telefones móveis e outros dispositivos electrónicos de pequenas dimensões começassem a incluir uma entrada USB-C para o carregamento das respectivas baterias. A empresa que mais se opôs a esta alteração foi a Apple, que usa a sua entrada Lightning. Apesar da oposição, a Apple já fez saber que vai acatar esta regra e que futuros iPhones vão passar a trazer USB-C, pelo menos na Europa.