A startup Orbital Composites e a empresa de energia Virus Solis, anunciaram uma parceria para a construção de uma constelação de satélites com mais de 1 megawatt de capacidade para converter e enviar energia solar para a Terra.
Segundo o acordo de parceria, a Virtus vai desenvolver tecnologias relacionadas com a electrónica e antenas da estação de conversão de energia e a Orbital Composites vai contribuir com a experiência de construção no espaço.
Na comunicação publicada pelas duas empresas, a Virtus anunciou que testou com sucesso, um sistema de transmissão de energia através de microondas, em que energia solar foi convertida e transmitida a uma distância de 100 metros. A empresa está agora a desenvolver maneira de aumentar a escala para inclusão na constelação de satélites que quer construir. Por sua vez, a Orbital Composites recebeu apoios da Space Force e da marinha dos Estados Unidos, sob a forma de seis contratos, para o desenvolvimento de sistemas robóticos de construção e reparação no espaço.
No vídeo publicado pela Virtus em Março, os satélites hexagonais, serão lançados através de veículos reutilizáveis para uma órbita elíptica. Uma vez no espaço, os satélites serão interligados numa estrutura circular que, quando estiver pronta, terá uma largura entre os 500 metros e os 3 quilómetros. Estas estruturas, vão transmitir a energia solar para estações terrestres com 2 quilómetros de diâmetro e a capacidade de fornecer energia a 150000 clientes.
A captação, conversão e envio de energia solar a partir do espaço é uma ideia que já apareceu em várias histórias de ficção científica, mas parece que está a caminho de se tornar realidade. Recentemente, o California Institute of Technology (Caltech), conseguiu um grande avanço neste campo. A equipa do Caltech conseguiu enviar energia do espaço para a Terra através do Microwave Array for Power-transfer Low-orbit Experiment, ou MAPLE, que está a bordo do Space Solar Power Demonstrator (SSPD-1), lançado em Janeiro. Durante esta experiência, a equipa do Caltech conseguiu usar a energia recebida para alimentar vários LED instalados no telhado do Gordon and Betty Moore Laboratory of Engineering no campus em Pasadena.
Esta nova forma de recolher e transmitir energia solar, pode revolucionar o mercado das energias renováveis e esta parceria entre a Orbital Composites e a Virtus Solis, demonstra que há interesse, tanto público como privado, na produção de energia no espaço. Recentemente, o Japão anunciou que quer começar a consumir energia solar enviada do espaço em meados da década de 2030 e espera iniciar um projecto-piloto em 2025 através de uma parceria publico privada. No ano passado, uma equipa da Universidade Xidian, na China, concluiu a construção de uma torre para a realização de experiências de produção e envio de energia a partir do espaço.