O objectivo é «ajudar a melhorar o desempenho dos atletas e a prevenir lesões»; o projecto que, este ano, ganhou o Challenge NOS dos Open Innovation Challenges (promovida pela Agência Nacional de Inovação e pela NOS) foi uma passadeira de corrida com realidade aumentada (RA).
Desenvolvida por professores e investigadores da Universidade de Évora, esta passadeira está integrada numa plataforma tecnológica denominada Best Yourself. Aqui, um software baseado em RA «permite ao atleta executar rotinas de treino enquanto responde a desafios colocados por ambientes virtuais».
Em si, a passadeira conta com um conjunto de sensores que faz uma «análise do movimento, medindo parâmetros como posição, velocidade, intensidade da força, ou resposta muscular», explica Catarina Gonçalves, investigadora principal deste projecto.
A informação recolhida pelo sistema permite, depois, perceber o «padrão de marcha/corrida/ou salto do atleta, a posição em que coloca os pés, o tamanho da passada ou onde exerce mais força quando se move». No final de cada treino nesta passadeira com RA, é «atribuída uma pontuação [ao atleta], de acordo com a capacidade de tomada de decisão, tempo de reacção e grau de dificuldade do desafio da realidade aumentada».
Do ecossistema Best Yourself faz ainda parte um «cinto tridimensional» que aplica o nível de dificuldade de cada treino (aumenta ou diminui-o), cinto este que permite ainda «aumentar a estabilidade ou instabilidade do movimento, ou colocar ou retirar peso corporal», sublinha Catarina Gonçalves.
No final de uma sessão na passadeira, o sistema (alicerçado numa rede 5G, o critério principal do Challenge NOS) fica com vários dados, que servem para analisar «falhas de movimento» e, no futuro, «evitar lesões ou contribuir para a reabilitação» do atleta.
A equipa que desenvolveu esta projecto recebeu um prémio de cinco mil euros e, agora, vai ter a «oportunidade de desenvolver a ideia em colaboração com a NOS».