Chama-se CrossCon e tem como objectivo «inovar na segurança de dispositivos e aplicações de IoT». Este projecto Europeu conta com a participação da Universidade do Minho, via Centro Algoritmi, uma unidade de investigação ligada à Escola de Engenharia desta instituição de ensino, que desenvolve a sua actividade nas áreas da electrónica industrial e sistemas de informação.
A Universidade do Minho/Centro Algoritmi faz parte de um consórcio liderado pela multinacional Atos e do qual fazem parte cinco PME de Espanha, Hungria, Eslovénia, Polónia e Suíça. A estas empresas juntam-se, então, a universidade nacional, além das alemãs de Darmstradt e Wurzburg. A validação científica é dada pela Universidade de Trento (Itália).
O projecto CrossCon tem um financiamento de 4,6 milhões de euro, no âmbito do programa Horizonte Europa, sendo que a Universidade do Minho pode receber uma “fatia” significante deste “bolo”: até «577,2 mil euros». Em Portugal, outra das entidades que apoia a iniciativa é a Agência Nacional de Inovação.
Para os investigadores do Algoritmi, o facto de os dispositivos de IoT terem uma grande «heterogeneidade de configurações de hardware» faz com que seja «necessária a coexistência de diversas tecnologias e funcionalidades de segurança totalmente distintas entre si e com diferentes requisitos de criticidade».
Esta realidade leva a que o «processo tecnológico envolvido no desenvolvimento de abordagens e mecanismos de segurança que visam a protecção destes dispositivos» se torne «um desafio ainda maior», lembra Sandro Pinto, investigador principal. A este responsável, juntam-se Tiago Gomes, João Luís Monteiro e David Cerdeira.
Concretamente, esta equipa vai «liderar o pacote 3» do CrossCon, que inclui o «grupo de sistemas embebidos (ESRG)», cujo papel é «fundamental no desenvolvimento do projecto, nomeadamente no de toda a componente de software» de uma security stack», explica Sandro Pinto.
Esta security stack (camada de segurança) será capaz de dar «diferentes níveis de segurança» aos dispositivos IoT, como «impedir o acesso externo a informação sensível, permitir ligação segura e controlada dos dispositivos, adicionar mecanismos de autenticação multi-factor e actualizações remotas autorizadas/seguras».
Uma das principais vantagens desta security stack, que vai ser desenvolvida pelo Centro Algoritmi, reside no facto de ser «transversal a qualquer dispositivo existente e suportada por diferentes arquitecturas de computador embebidas, bem como respectivas soluções de software», explica Tiago Gomes.
Durante o roadmap do projecto (36 meses) a ideia é disponibilizar de imediato as soluções desenvolvidas pelos quatro investigadores da Universidade do Minho: «Não será necessário esperar pelo fim do projecto para a sua entrada no mercado. À medida que os artefactos comecem a surgir, é expectável que a sua utilização possa ser imediata».
Assim, os utilizadores podem ir «avaliando a CrossCon stack já durante o seu desenvolvimento», com vantagens para o desenlace do projecto: «Não só se consegue uma adopção precoce, como também se consegue ter um constante feedback sobre os potenciais problemas ou dificuldades na utilização da solução», conclui Sandro Pinto.