Diz-se que em alturas de crise, os bens de luxo raramente são afectados, mas entre as afirmações e a realidade ainda existe uma distância significativa. Que o diga a Apple, que começa agora a confirmar o impacto que o abrandamento da economia global tem tido nos últimos meses, levando-a a reagir, mas não da melhor forma.
Uma das primeiras reacções foi o ajustamento da produção dos seus produtos, com a Apple a suspender a produção dos seus chips Apple M2 na TSMC, durante os meses de Janeiro e Fevereiro. Esta medida deveu-se à queda significativa nas vendas de novos computadores MacBook Air, MacBook Pro, Mac Mini e iPad Pro.
Isto, no entanto, não terá impacto nos futuros lançamentos previstos, que deverão incluir novos MacBook Air com ecrãs de 13.4 e 15.5 polegadas, bem como o futuro lançamento do novo chip Apple M3, que fará parte da nova geração de computadores MacBook Pro, mas que só deverão chegar no final do presente ano.
Outra das medidas de reacção à situação económica global está relacionada com a redistribuição dos seus funcionários, evitando desta forma o tradicional processo de layoff, que já afectou milhares de trabalhadores em grandes empresas tecnológicas, como a Meta, Twitter, Microsoft e Google.
A Apple está, numa primeira fase, a reduzir o número de funcionários nas suas lojas de retalho, mas em vez de um simples despedimento, estão a redireccionar esses funcionários a outros cargos dentro da própria empresa, para evitar o despedimento. Foram aplicadas outras medidas, como o corte de vencimento de 40% do CEO Tim Cook, bem como o adiamento do pagamento de bónus, redução nas novas contratações e ajuste no volume de produção dos seus equipamentos.