Normalmente, não costumo fazer considerações sobre os produtos que testo, além das que são meramente técnicas. Mas, neste caso, tenho mesmo de dizer uma coisa que me fez confusão neste jogo: quando o remate de Wolfenstein foi lançado, houve algum alarido sobre a utilização de simbologia nazi e até mesmo sobre o aparecimento de Adolf Hitler numa das missões.
Por isso, por que é que não há a mesma indignação com a utilização de simbologia da União Soviética e a glorificação de uma suposta sociedade avançada com base nesse regime, ainda que seja tudo imaginário (tal como acontecia em Wolfenstein)? Enfim…
Robôs trabalhadores
Atomic Heart passa-se numa versão da União Soviética em que a classe trabalhadora foi substituída por robôs controlados por uma rede chamada Kollectiv 1.0. Anos depois, quando a rede está a ser actualizada para a versão Kollectiv 2.0 (que permite que todos se liguem através de um implante cerebral), algo corre mal e os robôs começam a exterminar todos os humanos.
Para descobrir o que aconteceu e tentar resolver o problema, é chamado o discípulo do criador do Kollective, major Sergei Nechaev, acompanhado de uma IA, a Charles, que vive na luva que tem na mão esquerda e que lhe permite fazer coisas que um humano normal não consegue.
O jogo tem dois tipos de cenários: um mais linear, em que o nosso major tem um caminho claro; e cenários de mundo aberto, onde temos há vários objectivos a cumprir, que são opcionais. Sergei Nechaev tem um conjunto de armas à disposição, que, para poderem ser usadas, têm de ser criadas em terminais espalhados pelo mapa.
Aqui, além de podermos fazer munições e aperfeiçoar as armas, também conseguimos acrescentar e melhorar as funcionalidades da IA, que abrem novas capacidades de combate à personagem. Contudo, é necessário fazer uma gestão cuidada do inventário, porque o espaço é limitado e as próprias armas ocupam o mesmo espaço de tudo o resto que tem de transportar.
Em relação aos inimigos, os tais robôs que querem matar toda a gente, são de vários tipos, desde os simples ajudantes de laboratório a máquina mais complexas e fortes – mas todos têm um aspecto algo surreal, como quase tudo o que se passa no jogo.
Preso no cenário
A qualidade dos gráficos de Atomic Heart é excelente: tudo é vibrante e colorido. No entanto, há que resolver alguns problemas com os mapas: fiquei vezes demais preso no cenário e tive de carregar o último checkpoint. Isto é um inconveniente, porque só se pode gravar a progressão em terminais especiais espalhados pelo mapa.
Uma nota final para a banda sonora, que é simplesmente fantástica.
Editora: Mundfish
Distribuidora: Ecoplay
Disponível para: PC, Xbox (One, Series S e X), PS4, PS5
Preço: €69,99 (consolas), €59,99 PC (Steam)