Fiz, em Novembro, quinze anos de Twitter: são mais de 48 mil tweets, 7405 seguidores e 5838 contas que sigo. Desde que Elon Musk passou a ser dono do Twitter que tenho analisado a minha experiência na rede do passarinho azul. Este é o balanço de uma era que está a chegar ao fim.
Antes dos influencers do Instagram e do TikTok, quando o Facebook ainda era só quintas (a melhor realidade virtual que a Meta alguma vez irá ter) e os blogs ainda eram uma cena, havia o Twitter e a sua ocasional baleia azul.
Eram tempos mais simples, porque éramos poucos. Eram também loucos, porque até nos juntávamos para falar cara a cara. Adorávamos tweetar e retweetar, porque a partilha do tweet alheio era o melhor elogio.
Partilhei as primeiras imagens do avião no rio Hudson com a RTP, minutos depois de ter amarado, a partir da minha sala de estar. Sabia de terremotos, acidentes e atentados ainda antes das agências noticiosas. O Twitter abria o mundo no minuto e sem filtro.
Na altura, estava virado para o jornalismo digital, falava com especialistas do mundo inteiro e jornalistas pelo Twitter. Conheci gente que nunca poderia conhecer na minha vida de desempregado a viver em casa dos pais numa terriola à beira-mar. Foi por aí que acabei por ser convidado para fazer o meu mestrado em Jornalismo Online, em Inglaterra.
Depois, vieram as pessoas com interesses e agendas. Já falei e falarei sobre isso nesta coluna. É o preço da democracia e dos espaços públicos e a razão porque não podemos ter coisas porreiras.
Li um artigo que dizia que as redes sociais estão a atravessar uma «fase de regeneração». É verdade. Temos o Mastodon (sigam mastodon.social/@alexgamela), o Discord, o Twitch, teremos sempre o Reddit e muitas outras que abrem o mundo a quem as sabe usar. Mas nada será como era.
O Twitter mudou-me a vida, porque fiz coisas que nunca teria imaginado fazer. Por isso, continuo por lá para partilhar os melhores artigos que leio e para o ocasional RT. Tem sido bom.