Os fãs de gaming não gostam perder muito tempo a configurar ou despistar um problema sempre que querem jogar. O Linux pode ter alguns obstáculos neste sentido, mas, ao longo dos últimos anos, tem sido feito um grande trabalho para tornar esta experiência mais apelativa e fácil. Um dos principais desenvolvimentos tem sido na compatibilidade de jogos com Linux – exemplos disso são XCOM 2, Pillars of Eternity II e Shadow of The Tomb Raider, sem contar com os vários títulos que correm através do ProtonDB, Wine ou Lutris.
Já testámos jogos em várias distribuições e a que tem demonstrado ser a escolha mais simples e prática, tem sido o Ubuntu ou derivados. Não que seja a melhor escolha em desempenho, mas sim a que facilita todo o processo de configuração de instalação de drivers da placa gráfica e dependências necessárias para jogar certos títulos; num contexto geral, e na maioria das vezes, a experiência é satisfatória. Das poucas distribuições disponíveis e com suporte, o Nobara (nobaraproject.org) é a mais recente e tem potencial, apesar de a base não ser Ubuntu.
O novo player no mercado
Se a escolha mais fácil são distribuições baseadas em Ubuntu, o Nobara foge à regra: tem como base o Fedora (actualmente na versão estável 36), o mais recente kernel Linux 5.18 e usa o ambiente gráfico Gnome (na versão 42, modificado), que inclui as extensões necessárias, com o objectivo de facilitar a tarefa aos novos utilizadores Linux que gostem de jogar, mas também aos mais experientes, porque ajuda em todo o processo manual que muitas vezes é necessário. Apesar disso, está disponível a versão Gnome sem as extensões e Kde Plasma.
Por quê a escolha do Fedora?
O Fedora é uma distribuição que melhora a cada nova versão e, normalmente, as novidades saem de forma mais rápida que em outras distribuições. Estas novidades são importantes, em especial para quem joga, porque ajuda a ter o sistema a estar o mais actualizado possível. Apesar de já existir uma versão do Fedora para jogos, Thomas Crider, engenheiro da Red Hat, desenvolveu uma não-oficial do Nobara. Na versão para jogos do Fedora, existe a dificuldade para jogar alguns títulos com o ProtonDB, Wine ou Lutris, e também é preciso fazer algumas configurações que, com alguns cliques o Nobara já faz.
Instalação Nobara 36
As versões do Nobara seguem o Fedora – por isso, a última versão estável disponível é a 36.
1 – Defina o idioma e carregue em ‘Continuar’;
2 – No destino da instalação, deixe ‘Automático’ e carregue em ‘Feito’;
3 – Crie um utilizador, atribua privilégios de administrador e deixe o utilizador root desativado;
4 – No resumo da instalação, confirme que está tudo pronto e carregue em ‘Iniciar a instalação’.
Steam, Lutris e Wine já instalados
Usar o Gnome shell como ambiente gráfico, nem sempre é fácil para quem não está habituado, mas com a instalação das extensões e a personalização feita, o resultado é incrivelmente agradável e visualmente apelativo. Apesar de a versão Kde Plasma não ficar atrás, aqui, a disposição será mais simples.
O Nobara inclui já pré-instaladas as plataformas de jogos Steam, Lutris e Wine, além de fazer a detecção automática das placas gráficas Nvidia e a instalação das drivers, que aparecem disponíveis logo no menu de boas vindas, uma característica de que gostámos particularmente. A compatibilidade dos controladores com os vários comandos no sistema foi um aspecto bem considerado e, portanto, jogar com o seu comando preferido não será um problema. A pré-instalação de aplicações após a instalação é mínima, o que faz sentido, visto o Nobara aproveitar o máximo de espaço possível para instalação de jogos.
Conclusão
A versão do Nobara foi instalada e testada com o ambiente gráfico Kde Plasma, apesar de achar que, visualmente, fizeram um bom trabalho com o Gnome. Gostei do menu de boas vindas, das aplicações pré-instaladas (que foi reduzida ao mínimo), porque o foco é ser uma distribuição para jogos – portanto, na minha opinião, foi uma escolha acertada, se olharmos para alguns spins do Fedora que incluem muitas aplicações. O processo de instalação é simples, igual a instalar o Fedora normal. Apesar de ser uma distribuição desenvolvida recentemente, tem potencial para ser a escolha de quem quer instalar uma distribuição Linux para