Luís Pereira, investigador e professor da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova (FCT, pólo da Costa da Caparica), recebeu uma bolsa de 150 mil euros do European Research Council.
O mesmo organismo já tinha atribuído, este ano, uma bolsa de 2,8 milhões de euros a Mahmoud Tavakoli, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, para desenvolver ‘tecnologia macia’.
Esta bolsa vai ser aplicada num projecto de «separadores de células destinados a uma nova geração de baterias inteligentes» – o EXCELL – uma ideia que surge para «dar resposta à crescente utilização de baterias, nomeadamente para veículos eléctricos», explica a FCT Nova.
O adjectivo ‘inteligentes’ justifica-se pelo facto de os separadores serem «adequados à incorporação de sensores», que vão possibilitar a análise do «estado da bateria». Segundo Luís Pereira, este novo conceito de separadores será «baseado num nanocompósito de celulose com mesoporosidade ajustável e, por isso, mais sustentável».
Esta abordagem «privilegia a utilização de materiais de origem natural» e, desta forma, é vista pelo investigador como um «passo fundamental para aumentar a sustentabilidade na cadeia de valor das baterias». A tecnologia do projecto EXCELL pode levar à criação de uma «alternativa com maior durabilidade e reciclabilidade».
O desenvolvimento destes separadores sustentáveis pode, assim, diminuir o impacto que as baterias convencionais têm no ambiente, quando chegarem ao fim da sua vida útil – até 2030, Luís Pereira diz que vai haver «dois milhões de toneladas», em todo o mundo, de baterias nesta situação.
Esta é a segunda vez que Luís Pereira vê ser-lhe atribuída um bolsa do ERC: em 2015, o investigador já tinha recebido a ERC-Starting Grant NEWFUN, que serviu para desenvolver um projecto que demonstrou a possibilidade de «materiais condutores iónicos à base de celulose» poderem ser «reciclados e reutilizados, mantendo o desempenho eletroquímico».