Pat Gelsinger, antigo engenheiro responsável por históricas arquitecturas de processadores e actual CEO da Intel, foi quem deu o corpo às balas naquele que terá sido, certamente, o mais complicado anúncio de resultados de sempre do histórico fabricante.
Segundo os resultados revelados, a Intel não conseguiu ir além dos 14 mil milhões de dólares de receita, uma quebra significativa face aos 20,5 mil milhões de dólares de receita obtidos durante o mesmo período em 2021. Em termos anuais, a Intel passou de 79 mil milhões de dólares para 63 mil milhões, o que representa uma queda de 20% de de 2021 para 2022.
Entre as áreas mais afectadas, encontra-se a divisão de processadores, que caiu 36% face ao período homólogo, um resultado ainda pior que a queda na venda de computadores pessoais, que segundo a IDC, foi de 28,5%.
Porém, também a divisão de Data Center e IA sofreu uma importante queda, fruto da incapacidade da Intel em cumprir o seu roadmap, com os constantes atrasos no lançamento da nova geração de processadores Sapphire Rapids.
Como se não bastasse, Pat Gelsinger anunciou que a Intel está com um excedente de inventário na ordem dos 13,2 mil milhões de dólares, equivalente a 151 dias, o que poderá antever uma futura baixa nos preços dos seus processadores, em todas as gamas.
Como seria de prever, o mercado reagiu da pior maneira, e as acções da Intel afundaram-me em 7% imediatamente após a divulgação dos resultados. Pat Gelsinger chegou a afirmar que a Intel “perdeu efectivamente quota de mercado, perdeu o impulso, mas que em 2023 irá estabilizar, para em 2025 recuperar a liderança“.
Muitos duvidam que isso vá acontecer, não por falta de vontade da Intel, mas por que o mercado tem alguma uma alternativa válida, a AMD, que está constantemente a ganhar quota de mercado em todos os segmentos, e que mesmo tendo uma dimensão significativamente inferior, já conseguiu ultrapassar o valor de mercado da Intel durante várias ocasiões ao longo de 2022, e promete continuar a faze-lo em 2023.