A Weezie foi criada em 2018, mas começou de uma forma um pouco diferente do que é habitual. João Sousa Guedes, CEO, explica que, ao contrário da «maioria das startups que começam com uma ideia, desenvolvem um software e só depois vão para o mercado», a Weezie começou com «um cliente». Tudo aconteceu na Aixtel Engineering, uma empresa que trabalhava objectos de fibra óptica em diversos países e onde foi desenvolvido um «software de optimização de equipas e do trabalho interno». Um dia, «ao ver a apresentação de um projecto, um cliente reparou no software que era utilizado, teve interesse, e perguntou se o podia adquirir», revela o responsável.
A Weezie quer «agilizar e digitalizar o processo de implementação e controlo de fibra óptica que, na sua forma tradicional, é muito complexo e ineficiente» – a sua solução all-in-one permite automatizar e fazer a gestão de redes; João Sousa Guedes esclarece como tudo funciona: «Resumidamente, é como um ecossistema que une todos os intervenientes no processo de planeamento, implementação e controlo de fibra óptica, o que faz com que estes possam trabalhar numa única plataforma, segundo as mesmas bases, com regras pré-definidas e em tempo real, onde quer que estejam».
O processo normal é mais manual, implica «idas ao terreno e o desenho da rede num software genérico», o que «na maioria das vezes», faz com que o inventário «não seja feito de forma correcta ou, com o passar do tempo, as informações sejam perdidas. Foi exactamente para solucionar este problema que a Weezie surgiu». É esta uma das suas mais-valias, sendo que «reduz 60% do tempo de trabalho quando comparado com o formato tradicional» e diminuiu em «90% as não conformidades entre o projecto e aquilo que é implementado». A Weezie oferece ainda «uma melhor experiência ao cliente final», sublinha o CEO.
A Weezie já permitiu aos seus clientes levar a fibra óptica a mais de cinquenta milhões de casas em todo o mundo.
Crescer e chegar a mais países
As operadoras de telecomunicações são os clientes da startup, que está presente em «França, Reino Unido, Alemanha, Áustria e Angola». Sobre o facto da Weezie ser portuguesa, mas não ter clientes nacionais, João Sousa Guedes destaca que o País «tem seis operadoras de telecomunicações», sendo que «apenas três têm maior cobertura», ou seja, «a dimensão do mercado e a sua atractividade, como as perspectivas de futuro, são diferentes das de outros mercados». Além disso, e de acordo com a Anacom, «a fibra óptica já chega a mais de 90% das casas portuguesas», por isso, «resta pouco para ser explorado; já internacionalmente, há «todo um mundo com necessidade de ser desenvolvido». Os planos da startup passam, assim, por «explorar o mercado de Inglaterra e iniciar operações nos EUA entre o final de ano e o primeiro semestre do próximo». Este último é um mercado muito importante para a Weezie «pelo grande número de operadores de telecomunicações que existem e com previsão de um grande volume de investimento nos próximos anos», diz João Sousa Guedes.
Sobre o futuro, o responsável revela a ambição de serem «líderes do mercado mundial»; para sustentar esse crescimento de negócio e a expansão para os Estados Unidos, a equipa de vinte colaboradores vai crescer. A estratégia é «duplicar a equipa durante 2023 e recrutar talentos tecnológicos que possam ajudar a solução a crescer em novos mercados», concluiu o responsável.