The Callisto Protocol é um jogo de ‘survival horror’ que conta a história de Jacob Lee, que acaba numa prisão na lua Callisto, de Júpiter, sem ter, aparentemente, cometido qualquer crime: apenas estava no local errado, na hora errada. O objectivo, como é de esperar, é escapar da prisão, que, entretanto, foi tomada por uma doença que transformou a maioria dos reclusos em zombies e mutantes.
Se esteve atento à descrição anterior e substituir ‘prisão’ por ‘nave’ e ‘Jacob Lee’ por ‘Isaac Clarke’, obtém o essencial da história de Dead Space. No entanto, isto não é necessariamente mau, porque o argumento de The Callisto Protocol (tal como o de Dead Space), sendo simples, funciona muito bem.
As semelhanças não acabam na história. Em The Callisto Protocol, Jacob tem um implante na nuca que serve, entre outras coisas, para indicar o nível de energia (o fato de Isaac Clarke tinha um sistema semelhante, ao longo da zona da coluna).
Uma das coisas mais importantes, neste jogo, é gestão do inventário e das munições: além dos objectos encontrados quando se mata um inimigo, também estão espalhadas pela prisão impressoras 3D, que através de ‘Callisto Credits (a moeda do jogo), permitem criar munições, armas e os respectivos melhoramentos.
O protocolo de Hong Kong
A melhor coisa de The Callisto Protocol são os gráficos, com detalhes são de primeira categoria. Todos os objectos parecem ter texturas ligeiramente diferentes, como se fossem reais. Aqui, só houve uma coisa menos bem conseguida: a sincronia entre o que é dito e o movimento dos lábios. Por vezes, parece um daqueles filmes de Hong Kong dos anos setenta, falados em chinês, mas dobrados em inglês.
O ambiente sonoro é também espectacular e ajuda muito a criar a atmosfera. Toda a prisão range e, por vezes, ouvem-se os gritos distantes de prisioneiros a serem mortos pelos monstros.
Isto leva-nos ao sistema de combate e à dificuldade, duas das coisas mais criticadas por quem jogou. Em relação ao primeiro ponto, há realmente espaço para melhorar, principalmente no encadeamento de movimentos, principalmente bloqueio/ataque. No entanto, não é tão mau como li por aí.
No que toca à dificuldade, como sempre jogo em ‘Medium’ e não achei The Callisto Protocol mais difícil, por exemplo, que God of War Ragnarok. Não há grandes saltos em termos de dificuldade, apenas é necessário, por vezes, usar mais a cabeça que a força bruta. A percepção dos saltos repentinos no nível de dificuldade pode dever-se ao sistema de gravação do progresso através de checkpoints rígidos, que obriga a repetir zonas que são mais complicadas.
Editora: Striking Distance Studios
Distribuidora: Ecoplay
Disponível para: PS4, PS5, Xbox Series X|S, Xbox One, Windows
Preço: €69,99 (PS5/Xbox Series X|S); €59,99 (PS4/Xbox One, Windows)