A YData nasceu há três anos fruto «da experiência profissional» de ambos os sócios, Fabiana Clemente e Gonçalo Martins Ribeiro. A responsável explica à businessIT que foi «lead data scientist em algumas startups, assim como arquitecta de soluções de dados no Vodafone Group», enquanto o outro co-fundador «geriu equipas de software e dados».
Os dois «depararam-se com toda a complexidade e difícil acesso a dados com qualidade que as suas equipas enfrentavam» e decidiram tentar resolver esse problema. Fabiana Clemente, revela que «poucas são as empresas a colher os frutos» das iniciativas de IA e que «a grande maioria dos projectos tem maus resultados» sendo que a «causa é a falta de qualidade dos dados existentes».
A YData oferece, assim, «uma abordagem inovadora chamada Data-Centric AI que ajuda os data scientists a compreender melhor os dados que existem e a sua qualidade, e melhorar estes conjuntos de dados com vista a melhorar os resultados do negócio. Utiliza tecnologia de ponta, tal como pandas-profiling e geração de dados sintéticos». A empreendedora refere que a missão da startup é «empoderar os cientistas de dados com as ferramentas necessárias para serem autónomos e criarem valor para as organizações».
Grandes empresas e mercados internacionais
A YData trabalha sobretudo com «empresas muito grandes, nomeadamente bancos, seguradoras, operadores de telecomunicações e empresas tecnológicas». No entanto, Fabiana Clemente esclarece que esse segmento não é o único em que actuam: «Conseguimos ajudar também algumas empresas mais pequenas, tais como fintechs e insurtechs, desde que já tenham uma estratégia de inteligência artificial a ser executada».
Já sobre a actuação nos mercados externos e quais os alvos, a responsável salienta que «a YData tem planos de internacionalização desde primeiro dia e desde cedo procurou expandir-se para mercados mais sofisticados tecnologicamente». Neste momento, «todos os clientes, com excepção de um, são internacionais» e a startup está presente nos EUA e Reino Unido, mas também «um pouco por toda a América do Norte e Europa». Na verdade, os co-fundadores mudaram-se no final do ano passado para os Estados Unidos «para expandir o negócio» nesse país. Quanto ao futuro, Fabiana Clemente acredita que será “risonho” e os objectivos estão traçados: «Queremos continuar a crescer e a aumentar a carteira de clientes pouco por todo o mundo. Apesar de saudáveis financeiramente, iremos continuar a levantar rondas de capital privado para acelerar este crescimento e tornarmo-nos a plataforma de Data-Centric AI número um no mundo».
Para ajudar a tudo isto a equipa de dezoito colaboradores está a aumentar e a startup está, neste momento, a contratar. A co-fundadora explica isso mesmo: «Apesar da recessão mundial em que nos encontramos, e de vários layoffs em empresas tecnológicas, a YData está em pleno crescimento e a aumentar a equipa em diversas áreas, desde engenharia a ciência de dados e com estágios para áreas não técnicas».