Nos últimos meses, têm sido vários os investigadores portugueses a chamar a atenção de organizações europeias para o trabalho científico feito em universidades nacionais. O mais recente é Bruno Loff, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Este investigador recebeu a bolsa Starting Grant, de 1,5 milhões de euros, por parte do Conselho Europeu de Investigação para desenvolver estudos no domínio da complexidade computacional. Para Bruno Loff, este financiamento é a «realização de um sonho profissional».
Com esta bolsa, o investigador e professor de 37 anos (que está no INESC TEC desde 2017) quer reunir, em Portugal, um «grupo de pessoas com quem conversar sobre os temas da área», com o objectivo de a «curto e médio prazo» criar um «núcleo de cientistas com formação avançada em teoria da computação».
Esta discussão entre pares vai permitir desenvolver mais a área de complexidade computacional e criar uma base para que um dia, seja possível «demonstrar matematicamente a segurança de vários sistemas computacionais», sistema estes usados pela sociedade no dia-a-dia: «Hashing, pseudo-aleatoriedade, encriptação, assinaturas digitais e criptomoedas, entre outros».
O investigador assume que, actualmente, a realidade está «muito longe» desta meta – os 1,5 milhões de euros vão permitir «fazer avanços» nesta área e levar a que haja uma «maior confiança nos sistemas informáticos» dos quais depende a sociedade.
Para ajudar Bruno Loff nesta “aventura” estarão mais «dois investigadores pós-doutorais, um estudante de doutoramento e um estudante de mestrado».