A Sevenair, uma companhia aérea portuguesa, será a primeira a contar com um avião 100% eléctrico na sua frota, o ES-30. A empresa assinou um acordo com a sueca Heart Aerospace para a aquisição de três aviões, que se pode estender a mais três.
Esta informação foi partilhada pelo ex-comandante da TAP José Correia Guedes na sua página de Facebook, na sequência do Portugal Air Summit, e confirmada junto da empresa, pela PCGuia, que avançou com mais detalhes sobre este projecto.
Segundo a Sevenair, cada aeronave vai ter um curso entre «dez e quinze milhões de euros»; contudo, Alexandre Alves, chief commercial officer, lembra que ainda é «prematuro adiantar valores», uma vez que os ES-30 ainda se encontram num «fase inicial de produção».
Autonomia de duzentos quilómetros e a subir
Com data marcada para entrega em 2028, só depois de ser concluído o processo de certificação é que será conhecido o preço final destes aviões. Quando chegarem a Portugal, os ES-30 vão poder voar em rotas no continente e ilhas; a capacidade máxima é de «trinta lugares».
A autonomia é de duzentos quilómetros, mas a Sevenair lembra que este valor pode aumentar se a empresa «diminuir o número de passageiros»; a companhia aérea acredita ainda que nos próximos seis anos, as «baterias utilizadas sejam muito mais eficientes que do início da operação», sublinha Alexandre Alves.
Esta evolução esperada pela Sevenair também pode influenciar os preços, para o público: «Com a possível diminuição de custos, acreditamos poder oferecer viagens de curta distância por valores reduzidos, competindo com a opção automóvel, mas sem o impacto ambiental desta, com maior rapidez, segurança e economia».
Baterias do ES-30 têm carregamento rápido
Com a mudança de uma frota a combustível para uma eléctrica, com os ES30 da Heart Aerospace, a Sevenair quer «cumprir com o compromisso do sector de ser carbon neutral em 2050» e tornar-se «líder» na implementação de aviões eléctricos, conclui Alexandre Alves.
Os ES-30 têm quatro motores eléctricos e também podem assumir uma versão híbrida, a combustível (neste caso, a autonomia pode chegar aos 400 km e até mesmo aos 800, caso a capacidade seja reduzida para 25 pessoas). A altitude máxima é de vinte mil pés (cerca de seis mil metros) e as baterias têm carregamento rápido de trinta minutos; num aeroporto, o avião precisa de pistas com 1100 metros para descolar.