O surgimento e a popularidade dos serviços de streaming pareceram ter conseguido travar, durante algum tempo, o crescimento do consumo de conteúdos pirateados. No entanto, segundo os últimos dados publicados pela MUSO, uma empresa britânica especializada na protecção de conteúdos digitais, parece que a pirataria de conteúdos está a crescer outra vez.
Durante os primeiros oito meses de 2022, o tráfego para sites piratas em todo o mundo subiu 21,9 por cento, quando comprado como mesmo período do ano anterior. Este crescimento corresponde a 141,7 mil milhões de visitas a sites ligados a pirataria de conteúdos de todos os tipos.
Se olharmos para os números publicados, os conteúdos mais populares nestes sites são os televisivos, correspondendo a 46,6 por cento do total dos conteúdos pirateados. A seguir vem a imprensa (revistas e jornais), com 27,8 por cento do total, seguida dos filmes com 12,4 por cento e da música, com 7 por cento.
Ao olhar para o crescimento de ano para ano, a pirataria cresceu em todos os segmentos medidos. Neste caso, são os filmes que estão no topo das preferências, com um crescimento de 49,1 por cento. O segmento que cresceu menos foi o da pirataria de conteúdos musicais, com apenas 3,87 por cento, o que prova que os planos gratuitos com publicidade e a facilidade de utilização, conseguem travar o crescimento da pirataria no segmento.
Uma das razões que pode explicar o crescimento da pirataria de conteúdos televisivos, é a grande quantidade de serviços de streaming diferentes que estão disponíveis, cada um com os seus conteúdos exclusivos ou com os direitos de transmissão de programas produzidos por outros. Para conseguirem aceder aos conteúdos mais procurados, os utilizadores têm de assinar cada um destes serviços, o que corresponde a ter de pagar as várias mensalidades, que, não sendo particularmente altas individualmente, a soma dos valores pagos a todos os serviços, pode resultar numa quantia relativamente alta para a bolsa de muitos consumidores.
De Janeiro a Agosto de 2022, os Estados Unidos foram o país onde se consumiu mais pirataria com 10,9 por cento do total, correspondendo a 15,5 mil milhões de visitas a sites ligados à pirataria. Em segundo lugar vem a Rússia com 8,3 mil milhões e em terceiro ficou a Índia com 7,9 mil milhões de visitas.