Nos últimos tempos têm surgido, com mais força, mensagens antipirataria promovidas pelas ligas europeias de futebol e pelos canais com os direitos de transmissão. Enquanto as ligas tentam vender a ideia de que a pirataria mata o futebol, já os canais vendem a ideia de que a pirataria é um ponto de entrada de vírus e hackers, como forma de intimidação.
Vamos lá desmontar isto ponto por ponto. Começando pela argumentação das ligas, não sei se mata o futebol porque as TV pagaram menos se existir mais pirataria; ou se mata, porque as pessoas deixam de ir aos estádios. Seja qual for a mensagem que querem passar, eu diria que o racismo, a corrupção e os maus gestores é que estão a matar o futebol e a afastar os adeptos dos estádios. Não são os streams piratas, até porque algo ao vivo não se compara com ver em casa – obviamente, se as pessoas tiverem a possibilidade de ir ver ao vivo, vão.
Quanto aos canais de TV, o problema tem mais que ver com a acessibilidade dos mesmos e com os monopólios que existem hoje em dia, principalmente em Portugal. A empresa portuguesa de media que tem os direitos da liga nacional cobra quase o dobro da sua concorrente directa, que tem os direitos da Liga dos Campeões, e cobra mais do dobro que um qualquer serviço de stream. Prefiro ouvir os jogos do meu clube via rádio…
Isto, quando este mês saiu um estudo que demonstra o porquê deste tipo de mensagens não funcionar e em Agosto ficámos ainda a saber que, tanto em Itália, como em Espanha, os streams oficiais falharam e apenas quem tinha streams pirateados conseguiu assistir aos jogos completos.