Para muitos, o eSIM pode ainda ser uma ciência oculta: trocar um cartão físico por uma tecnologia que, na prática, não se vê, levanta algumas dúvidas. Apesar de todas as operadoras nacionais já terem esta alternativa, não é alvo de uma promoção clara.
O eSIM existe, mas está um pouco escondido nos sites de Vodafone (2,5 euros), Meo (para smartwatches, com o tarifário M IoT) e NOS (grátis). A forma como o podemos configurar também pode não ser a mais simples e intuitiva – logo à partida, como é que sabemos se o nosso smartphone é compatível com este cartão desmaterializado?
As duas marcas que têm mais modelos à venda em Portugal com eSIM são a Samsung e a Apple. Da parte da marca coreana, este recurso pode ser activado nos modelos S20 e posteriores, Z Fold e Z Flip; nos terminais da maçã, é possível configurar um eSIM em todos os modelos a partir do iPhone XS.
Na prática, o eSIM é um chip que já vem nos telefones e que pode receber informação de uma operadora como se fosse um cartão tradicional. Na Vodafone, Meo e NOS é preciso ir a uma loja e pedir um cartão físico para activar o eSIM, um processo que envolve a leitura de um código QR, por exemplo.
Contudo, a Woo (nascida no seio da NOS, em 2020) tornou-se a primeira operadora a implementar um conceito que dispensa qualquer suporte físico auxiliar. Aqui, é apenas preciso usar a app e seguir uma série de passos que, em cerca de dez minutos, activam o eSIM (sem custos) no smartphone – foi este processo que a PCGuia testou, a convite da marca.
A operadora enviou-nos um iPhone 11, um dos modelos compatíveis com eSIM, onde tivemos de instalar a app Woo; a primeira coisa a fazer é escolher um tarifário (optámos pelo de 15 GB de dados / 15 euros/mês), em ‘Ver produtos Woo, no primeiro ecrã que aparece na aplicação; depois, temos de seleccionar ‘Novo número Woo’ e, muito importante, ligar opção ‘Usar eSIM (eSIM Digital).
De seguida, e como não somos clientes (o guia está feito neste sentido), tivemos de preencher um formulário com os nossos dados, incluindo e-mail e um número de telefone alternativo – ambos vão servir, mais tarde, para que a Woo envie informação sobre o nosso novo eSIM.
O próximo passo é confirmar os nossos dados pessoais e escolher um método de pagamento – PayPal ou Multibanco – contudo, o primeiro mês com um tarifário será sempre grátis. Para concluir a parte da configuração na app da Woo, é-nos mostrado o nosso pin, que depois temos de usar para desbloquear o eSIM.
Agora, a activação continua no iOS, onde temos apenas de tocar nos botões azuis, para confirmar a activação do eSIM; passado uns segundos, a app da Woo indica a conclusão do processo, assinalada com o envio de uma SMS. A partir daqui, basta introduzir o pin quando o iOS pedir e o eSIM estará pronto a ser usado.
No iPhone (é igual no Android), o eSIM pode ser usado com um SIM tradicional, mesmo que seja de outra operadora – ou seja, ficamos com um smartphone dual SIM, onde um número pode ser pessoal e outro profissional. Para fazer a gestão, usamos a área ‘Dados móveis’ nas ‘Definições’ do iOS – é aqui que, que definimos um deles como PE (pessoal) e PR (principal). Há ainda uma opção que nos permite adicionar mais eSIM, contudo, apenas podemos ter um activo de cada vez.
PONTO FINAL
A configuração 100% digital de um eSIM pela Woo é simples e linear, mas a app podia dar, ao início, uma indicação mais clara para iniciar o processo, dado que este é, agora, um dos principais (e exclusivos) recursos da operadora.
Contudo, assim que se começa, a app conduz-nos sem problemas pelo processo; o envio de e-mails e SMS com a confirmação de que tudo foi feito de forma correcta dá uma segurança-extra aos clientes, que por vezes, podem ficar na dúvida se fizeram (ou não) tudo bem.