Autoridades dos Estados Unidos ordenaram à Nvidia e à AMD, que parassem de vender os GPU de alto desempenho para aceleração de operações relacionadas com inteligência artificial à China e à Rússia. A partir de agora, para exportarem estes produtos para os países em questão, será necessária uma autorização especial. A empresa mais afectada é a Nvidia, que pode perder até 400 milhões de dólares. Isto também impede a empresa de completar a tempo os projectos baseados nos Hopper H100 e também a dar apoio técnico aos clientes que usam os GPU A100.
Segundo uma comunicação da Nvidia à SeC (Securities and exchange Commission): “O governo dos Estados Unidos impôs a necessidade de se obter uma licença para quaisquer exportações para a China (incluindo Hong Kong) e para a Rússia dos circuitos integrados A100 e dos futuros H100.”
Esta restrição foi imposta para impedir que os chips e outro hardware avançado fabricado por empresas americanas, seja utilizado pelos exércitos da China e da Rússia, apesar de a Nvidia ter informado que não vende produtos na Rússia,
A Nvidia está em negociações com os clientes chineses, para tentar trocar estes chips por outros que não estejam abrangidos pela nova proibição, como os A30. Nos casos em que a substituição seja impossível, a Nvidia poderá pedir uma licença de exportação ao governo, mas não há nenhuma garantia que o governo a dê.
No caso da AMD, a empresa diz que esta nova proibição afecta as vendas para a China dos aceleradores para inteligência artificial MI250, mas que pensa que os MI100 não serão afectados. Disse também que as novas regras de exportação não vão ter grande impacto no negócio.
Estas novas restrições, são as medidas mais recentes tomadas pelo governo dos Estados Unidos, para limitar a capacidade de produção de chips pela China. No mês passado, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou novas limitações de exportação de tecnologias consideradas essenciais para a segurança nacional dos Estados Unidos. As regras incluem controlos de exportação mais restritos de óxido de Gálio e diamantes. Estes materiais, são usados como substratos para semicondutores de alto desempenho.
O governo americano também restringiu as vendas de equipamento de fabrico de chips às fabricas chinesas. A administração Biden, ordenou aos fornecedores para não venderem equipamentos à China que possam ser usados em métodos de fabrico de chips de 14 nm ou inferior, devido a poderem pôr em causa a segurança nacional.
O governo dos EUA não está só a limitar as exportações das empresas americanas. Também pressionou a ASML dos Países Baixos, o maior fabricante mundial de máquinas de litografia usadas no fabrico de chips, para parar de vender as suas ferramentas de litografia Deep Ultraviolet (DUV) mais antigas a clientes chineses. A venda para a China das versões mais recentes destas máquinas (que usam tecnologia Extreme Ultraviolet, ou EUV), já está proibida.