Tudo começou em plena pandemia. No início, Diogo Silva (um dos fundadores), cuja mãe é professora, testemunhou de perto a dificuldade sentida pelos docentes na adaptação ao digital e decidiu criar uma solução para ajudar na avaliação dos alunos. Passados alguns meses, o empreendedor juntou-se a Duarte Oliveira e a João Guimarães para transformar a ideia num negócio: nascia, assim, a Intuitivo.
O início não foi fácil, mas depressa os responsáveis perceberam que a solução respondia às necessidades das instituições de ensino, como explica João Guimarães, co-fundador e CEO: «Apesar de todas as falhas que a versão beta da plataforma tinha, tivemos bons resultados e feedback dos utilizadores. Percebemos o verdadeiro potencial que poderia ter com mais tempo e recursos para a desenvolver».
Segundo João Guimarães, além do «valor em ambiente virtual», achegou-se à conclusão de que «também traria o mesmo valor em ambiente presencial», tornando-se uma «grande ajuda para a tão necessária transição digital das escolas». E, assim, ficou clara a missão da Intuitivo.
Solução única e intuitiva
O principal objectivo da plataforma é mesmo «melhorar o processo de avaliação» para professores e alunos; por isso, a «solução all-in-one» permite ter «todos os passos do processo de avaliação, tornando a experiência do utilizador extremamente fácil e intuitiva». E isto é diferenciador, já que, normalmente, a «maioria dos professores ainda recorre a ferramentas como o Word para a criação de avaliações e depois corrige-as à mão», diz João Guimarães. Com a Intuitivo, os professores podem «criar vários tipos de conteúdos, como exercícios, fichas e testes, mantê-los guardados e organizados numa base de dados centralizada, partilhá-los e colaborar com os seus colegas», sublinha o empreendedor.
Por outro lado, podem «publicar esses mesmos conteúdos de avaliação online, para que os seus alunos respondam a partir de qualquer dispositivo, ou, alternativamente, imprimi-los» e caso optem pelo formato digital «conseguem ver em tempo real as respostas e os resultados dos alunos, com a ajuda da correcção automática, e depois podem fazer ajustes e dar feedback personalizado a cada um dos alunos». Ao ser uma plataforma agregadora, o responsável garante que os professores «poupam cerca de metade do tempo que antes dedicavam ao processo», ao mesmo tempo que «os alunos têm uma experiência mais divertida e educativa».
Neste momento, há treze instituições a utilizar a solução, sendo que «algumas já são clientes» e outras estão em «fase de trial»; no próximo ano lectivo, a startup de edtech espera «crescer exponencialmente este número».
Portugal é ponto de partida
João Guimarães esclarece que, actualmente, o foco é dar aos professores uma ferramenta para «facilitar o processo de avaliação», mas que outras soluções dedicadas para os alunos não estão fora dos planos: «A ideia de fornecer aos alunos uma ferramenta de estudo individualizado já surgiu em várias conversas dentro da startup, apesar de que, provavelmente, seja um projecto para daqui a alguns anos».
Os próximos passos são adicionar «funcionalidades diferenciadoras» pedidas pelos utilizadores, já que «quem decide o roadmap de produto são os professores, as escolas e as suas necessidades».
Sobre uma possível internacionalização, o co-fundador não tem dúvidas de que isso irá acontecer: «Portugal é o nosso foco, neste momento. É um excelente mercado para encontrarmos o product-market fit e dar os primeiros passos, mas o plano é levar a Intuitivo para outros países». Para isso, depois de ter contado com o apoio do programa de aceleração da Demium no início da operação, a empresa quer «levantar uma nova ronda de investimento», conclui João Guimarães.