Ponto 02. Julgo haver, aos dias de hoje, uma consciência mais ou menos globalizada de que o conceito de mobilidade mudou. Em menos de uma década, a electrificação trouxe aos grandes meios urbanos um conjunto de soluções que permite as deslocações nas mesmas mais eficientes, rápidas, baratas e amigas do planeta.
Por cá, assistimos a esta mudança de paradigma com a criação das pistas de circulação de bicicletas. Daqui surgiram os modelos de negócio das bicicletas, das trotinetes e de tudo o que se movesse mais rápido que as nossas pernas. É certo que as plataformas de transporte privado ajudaram, mas para a maioria de nós, proprietários de carros, estes continuam a estar parados, estacionados 96% do tempo. Como referiu o responsável da Lynk & Co na apresentação do conceito, já há dois anos, parecem estátuas de metal espalhadas pela cidade.
Ponto 03. Parece haver toda uma nova geração para quem a posse de um carro não parece ser objectivo primordial. Onde parece haver uma real preocupação pelo meio-ambiente, pelo planeta e por quem o habita.
Foi baseado nestas duas premissas que surge o carro, que é dado a consumir como hoje consumimos a música, os jogos e tudo mais… por subscrição mensal. Passível de o ter por um mês ou pela sua vida útil. Com o valor máximo de subscrição de 500€/mês (tudo incluído), estes veículos baseados na plataforma do Volvo X40 PHEV podem ser algo de partilha entre amigos, família ou qualquer outro subscritor que apenas o queira ter por um dia. É certo que, neste caso, estará a emprestar o CD e não a música, mas é ainda à minha geração que isto fará confusão.
Na app do Lynk & Co, além de tudo isto terá a sua chave, a possibilidade de disponibilizar o carro para carsharing ao estilo de um contrato P2P, onde define por quanto aluga e onde/quando pode ser levantado e deve ser entregue. Já disponível em várias cidades europeias a Lynk & Co e o 01 chegam a Portugal nos próximos meses. Estaremos prontos para abdicar dos “nossos” carros?