O telescópio espacial James Webb, resultado de uma parceria entre a NASA, agência espacial dos EUA, a ESA (a congénere europeia) e a canadiana CSA, maravilhou meio mundo com a divulgação das suas primeiras imagens, que revelaram imagens de aglomerados de galáxias, que estão a uma distância superior a 4.6 mil milhões de anos-luz.
Recorrendo a uma estrutura composta por 18 espelhos hexagonais principais, que reflectem a luz para um espelho secundário, que por sua vez reencaminha toda a luz (em especial infravermelhos) para um conjunto de sensores, este pode ser programado, remotamente, para ajustar os parâmetros de detecção, eliminando possíveis danos causados por colisões de pequenos corpos celestes.
Porém, segundo informações reveladas pela própria NASA, o telescópio espacial foi atingido por um micrometeorito entre os dias 22 e 24 de Maio, de dimensão superior ao esperado, e provocou danos irreversíveis no espelho C3, colocado no canto inferior direito, conforme poderá confirmar no ponto branco reproduzido na imagem divulgada pela própria NASA.
Tendo em conta que este telescópio espacial, que custou mais de 10 mil milhões de euros, se encontra a uma distância de 1.5 milhões de quilómetros da terra, não existe forma de, a curto ou médio prazo, o espelho danificado ser reparável (ou substituível). Segundo a NASA, até ao momento já foram detectados 19 impactos, mas este foi o único que causou danos significativos.
Equipado com combustível suficiente para uma vida útil de 20 anos, os responsáveis pelo telescópio espacial, depois de esta infeliz ocorrência, começam a duvidar que este consiga durar tanto tempo. É certo que o micrometeorito que colidiu com o telescópio espacial possa ter sido uma excepção, mas o potencial risco está lá, e tendo em conta os danos causados pelo mesmo, não se sabe o que poderá acontecer se houver uma nova colisão com outro micrometeorito de dimensões superiores.