As redes sociais cresceram. Passamos mais tempo online, compramos mais em e-commerce e gastamos mais em media digitais. O relatório da Datareportal.com sobre os hábitos digitais globais mostra que a aceleração digital ganhou ainda mais velocidade em 2021. E Portugal parece estar a acompanhar o passo.
Segundo dados de Janeiro de 2022, cinco mil milhões de utilizadores passaram sete horas diárias agarrados a um dispositivo ligado à net, provavelmente um smartphone: são 5,31 mil milhões de utilizadores únicos de telemóveis.
Há 4,62 mil milhões de contas nas redes sociais, mais 10% que há um ano. Dos 294 mil milhões de dólares gastos em media digital (mais 43 mil milhões que em 2021) os jogos ficam com 155 mil milhões, quase o dobro do video-on-demand. Descarregaram-se 230 mil milhões de apps.
Os dados relativos à população portuguesa (pouco mais de dez milhões de habitantes) indicam que 8,63 milhões usam a Internet, mais 2,9% que no ano passado. Há uma ligação móvel e meia por cada português – 16,07 milhões ou 158,3 % do número total de habitantes. 85% dos portugueses partilham a sua vida, indignações pontuais, desinformação e danças nas redes sociais, apesar de este valor não representar utilizadores individuais. É um crescimento de 9% relativamente a 2021, menos 2% que no ano passado (11,4%).
Portugal está no Top 50 dos países que mais pagam por conteúdos digitais, situando-se sensivelmente na mesma posição que ocupa no top dos 50 países mais ricos (45.º). No e-commerce, ficamos um pouco abaixo da média mundial, com 934 dólares gastos por consumidor nacional. No geral, os números correspondem à escala do país.
O relatório resume-se a “mais, mais, mais”. É um crescimento acima do esperado, mesmo após dois anos de crescimento inflaccionado pela pandemia. Lembram-se daquela vez que o Daily Mail disse que a net era uma moda passageira? Foi há vinte anos mas parece duzentos, não é?
Em 2022, o mundo vai passar 12,5 triliões de horas online. São 1500 milhões de anos. Não me digam que não têm tempo.