Em Aveiro, os laboratórios tecnológicos da Altice estão a apontar para uma realidade em que a medicina tecnológica vai ser o standard em casa e no hospital: sensores em roupa que medem sinais vitais; aplicações que identificam níveis de açúcar ao tirar fotografias de alimentos; robots que podem ajudar idosos a tomar a medicação; e até mesmo óculos de realidade aumentada para fazer teleconsultas.
Estes foram alguns dos projectos que a Altice Labs apresentou no evento que assinalou os seis anos deste centro científico de Aveiro, e que, segundo Ana Figueiredo (presidente executiva da Altice Portugal), é mesmo o maior pólo de «investigação e desenvolvimento» e a «sede da inovação tecnológica» do País.
Offline e analógico não responde às necessidades
‘Saúde’ e ’inovação’ foram duas das palavras que mais se ouviram durante as apresentações. Este ano, com o tema da saúde digital a marcar o ritmo do evento, estiveram presentes vários parceiros da Altice Labs que mostraram algumas das inovações que já estão a ser usadas em hospitais e outros serviços de saúde.
Segundo Alcino Lavrador, director-geral deste pólo, a «relevância para a tecnologia e para as aplicações no ecossistema da saúde» tem crescido nos últimos anos, devido aos vários desafios que têm sido colocados ao sector: o «aumento da esperança média de vida, o envelhecimento da população e a prevalência das doenças crónicas» foram algumas das razões apontadas. Esta é também uma altura em que o «mundo offline e analógico não responde às necessidades e expectativas» dos pacientes, médicos e enfermeiros.
Hololens em ecografias
A assistência remota de pacientes é, sem dúvida, uma das tendências actuais da medicina. Em Aveiro foi possível conhecer o SmartAL, uma plataforma completa de assisted living que tem como principal objectivo «recolher dados através de dispositivos médicos sem fios, da sensorização de espaços ou mesmo nas pessoas, através de wearables». Um dos destaques deste projecto é um pequeno robot que «actua como um companion» (imagem de destaque) para apoiar, por exemplo, um idoso «na toma de medicação e disponibilização de pequenos objectos».
Outra das valências do SmartAL são roupas feitas com tecidos inteligentes e sensores, que recolhem informação sobre os pacientes e a envia para uma plataforma centralizada, que acaba por ter todo o perfil de saúde de uma pessoa, acessível para os profissionais de saúde. Aqui, os parceiros da Altice Labs são a TMG e o Cenimat-i3N (Centro de Investigação de Materiais da Universidade Nova de Lisboa).
Outros dos destaques foram o Mediceus, um sistema que quer ser, em 2023, o «sistema mais avançado do mundo na protecção de dados de saúde», e o recurso de «telemedicina aumentada» Medigraf (usado pelo Centro Hospitalar do Baixo Vouga), que vimos em acção no que podia ser uma consulta com ecografia, com a utilização de óculos de realidade mista Hololens, sob rede 5G.