O título desta notícia pode parecer estranho, mas é 100% fidedigno. Segundo dados revelados pelo astronauta canadiano Chris Hadfield, que é conhecido pela forte presença na rede social Twitter, a Agência Espacial Europeia ESA conseguiu, com sucesso, actualizar o sistema operativo da sua sonda Mars Express, que foi lançada para o espaço há quase 20 anos, e que se encontra a orbitar o planeta Marte.
Lançada em 2003, sabe-se apenas que o computador no interior da sonda utiliza o Microsoft Windows 98 como sistema operativo, não se sabendo qual a plataforma utilizada, embora se especule que seja um sistema equipado com um processador Intel Pentium 90.
How do you update Windows 98 on a spaceship orbiting Mars? @esa is doing it for Mars Express, after 19 years. https://t.co/DRWtuaqo22 pic.twitter.com/xxkDz5GrL1
— Chris Hadfield (@Cmdr_Hadfield) June 22, 2022
Curiosamente a Nasa, na década de 2000, preferiu utilizar outro tipo de processadores, como o PowerPC 750 de 233 MHz, na altura presente nos computadores Apple Mac G3, para as suas sondas Curiosity e Perseverance, mas isso não significa que não tenham utilizado sistemas x86 no passado, tendo o telescópio espacial Hubble sido lançado com um processador Intel 80386, que mais tarde foi substituído por um 80486 de 25 MHz em 1999.
não se sabem grandes detalhes sobre que configuração estará presente no interior da sonda, mas acredita-se que a ESA possa ter recorrido aos préstimos de um processador Intel Pentium 90, já que outras sondas, como a Curiosity e a Perseverance da Nasa estão equipadas com processadores Apple PowerPC 750 de 233 MHz, o mesmo processador que habitualmente vinha em computadores Apple Mac G3.
Relativamente à sonda Mars Express, a ESA afirma que esta actualização de software, que está instalada num sistema com o velhinho Microsoft Windows 98, permitirão melhorar a qualidade do sinal recepcionado, bem como deverão permitir um aumento do número de dados científicos que serão posteriormente enviados de volta para a Terra.
Esta actualização será essencial para garantir que dados como os sinais da presença de água em estado líquido, captados no Polo Sul do planeta vermelho, possam agora ser enviados com maior resolução, para se determinar se existem ou não novas fontes de água em Marte. Claro que já existem utilizadores do Twitter a questionar a ESA, se esta consegue correr o Doom no computador da Mars Express…