A Garmin é uma daquelas marcas que, embora não tenha conseguido apanhar em pleno o comboio dos smartwatches ao nível de uma Apple ou de uma Samsung, continua a lançar modelos com interfaces próprias que têm alguma popularidade junto dos praticantes de desportos.
Este ano, a marca renovou a linha Instinct: uma das versões apanhadas nesta “onda” foi a Surf. Na versão Ericeira (enviada para teste, em branco e cinzento – não percebemos a relação, dado que um dos slogans desta vila portuguesa é «onde o mar é mais azul») e Waikiki de 40 mm, este relógio tem um design ser algo infantil (zero apelativo para os praticantes de surf, habituados a modelos mais “adultos”, com mostradores generosos e um visual agressivo): o Garmin Instinct 2 mais próximo disto é o Bells Beach, em preto e prateado.
Apesar de ter ‘surf’ no nome, o relógio acaba por ser uma salganhada de desportos – parece uma edição de pulso, dos Jogos Olímpicos com sensores que detectam actividades desde a natação ao golfe e, claro, o surf. Nesta última, que é onde nos centramos devido ao próprio nome do relógio, a análise de uma sessão de surf foi bastante próxima da realidade. Além de se ligar ao serviço de informações da Surfline, o relógio, quando colocado em modo de surf, detecta quantas ondas apanhámos, a distância surfada, o local e o trajecto feito – tudo aparece na app Garmin Connect, com recurso à sobreposição destes dados com o Google Maps. Para o surf faz ainda sentido outra das valências deste modelo: o facto de ser uma versão Solar, faz com que o mostrador possa ser usado para receber energia e fazer uma carga mínima da bateria.
A app, apesar de mostrar muito informação ao mesmo tempo e de poder ser algo complicada de dominar nos primeiros tempos, é uma autêntica torre de controlo para o relógio e dá toda a informação sobre os desportos, mas também sobre qualidade do sono, frequência cardíaca, momentos de stress/descanso, entre outros.
Resta saber se faz mais sentido uma abordagem específica a um tipo de desporto, ou seja, ter mesmo um relógio só para surf, como em tempos aconteceu com o Garmin Swim, para natação, (embora com sensores para as actividades habituais) ou se vale mais a pena “meter a carne toda no assador”, com um modelo que sirva para tudo em que, depois, os utilizadores tirem apenas partido de 10% das suas capacidades. Alinhamos pela primeira ideia, até porque isso podia fazer baixar o preço de 500 euros, um valor muito inflaccionado para um relógio que, apesar de tudo, não tem a flexibilidade (e a pinta) de um Gear da Samsung ou de um Apple Watch.
Nota:3/5
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