A guerra tradicional, no terreno, está definitivamente a ser acompanhada por uma versão digital, onde entrou o grupo Anonymous, que esta semana já publicou dados roubados do exército russo.
Contudo, parece ser a Ucrânia o país mais afectado: segundo a empresa de segurança israelita Check Point, os ciberataques contra as instituições governamentais da Ucrânia aumentaram 196% (comparado com os primeiros dias de Fevereiro) com início da guerra com a Rússia.
A Check Point sublinha que este aumento aconteceu nos primeiros três dias deste conflito (ou seja, entre 23 e 25 de Fevereiro) – os alvos foram a «administração pública» e o «sector militar».
Ataques perdem força no resto do mundo
Em relação ao mesmo tipo de ofensiva contra a Rússia, a Check Point diz que o aumento foi de… 4%. A guerra entre estes dois países parece estar a concentrar a atenção dos grupos de hackers e crackers, já que o número de ciberataques, noutras regiões do mundo, desceu.
Comparando com o princípio de Fevereiro, houve um decréscimo de 8% Europa e de 13% na América do Norte, esta a maior descida identificada pela Check Point. Na Ásia e Pacífico, a descida foi de 6%.
Alerta phishing com doações de fundos
A empresa de segurança alerta ainda para uma situação que costuma ser aproveitada pelos cibercriminosos, sempre que há um conflito: e-mails de phishing e fraudulentos sobre doações e pedidos de ajuda, em nome da Ucrânia e de ucranianos em situação de fragilidade.
«Os investigadores advertem também para os e-mails fraudulentos que estão a ser enviados a pessoas que procuram doar fundos à Ucrânia a partir do estrangeiro», avisa a Check Point.
Os sinais a estar atento
Para identificar este tipo de “ataque”, a empresa dá algumas dicas: ver bem domínio do e-mail para identificar erros, analisar a gramática do texto e ter em conta a «urgência» dos pedidos, uma vez que «alguém com pressa tem menos probabilidades de pensar se o e-mail parece suspeito ou se é legítimo».
Ainda assim, o recurso a estes dois últimos indicadores pode ser mais complicado, para uma análise, neste caso: os remetentes podem ser ucranianos legítimos que não dominam idiomas como o português ou o inglês; e o facto de esta ser mesmo uma situação de urgência, o que pode levar a que os e-mails verdadeiros também peçam que a ajuda seja rápida.