Segundo João Oliveira, da portuguesa Lapa, em 2013 foram perdidos mais de quinze mil objectos só em Lisboa. Foi isto que o levou a criar o projecto para criar um localizador, que seria uma espécie de plataforma social de perdidos e achados. O mercado evoluiu, bem como as tecnologias disponíveis, e hoje em dia são já vários os fabricantes a comercializarem as suas soluções de localizadores inteligentes. Estes dispositivos compactos têm a particularidade de utilizar uma pequena bateria e emitem a sua localização para a plataforma utilizada, o que permite identificar onde o mesmo se encontra, para nos dizer onde está o objecto associado ao mesmo, como as chaves de casa ou uma mochila.
Proximidade
Quando o dispositivo está próximo de nós, o habitual é o identificador utilizado recorrer a uma ligação Bluetooth, até um alcance máximo de 120 metros, seja de que marca estivermos a falar. Desta forma, é possível identificar a localização através da força do sinal recebido; em alguns casos, é emitido um som no altifalante integrado ou uma vibração, para facilitar a sua localização. Outros, como os AirTags da Apple, podem tirar partido da tecnologia UltraWideBand (banda ultra larga) que, através da utilização de um conjunto de sensores no smartphone, como as câmaras, acelerómetros e giroscópios, dá uma série de indicações visuais no ecrã do smartphone ou tablet para que o utilizador consiga localizar com precisão o seu identificador. Esta funcionalidade, designada de Apple Precision Finding, só está disponível em smartphones equipados com o chip U1, ou seja, iPhones a partir do modelo 11.
À distância
E quando perdemos algo quando estamos fora de casa, como é que isto funciona? Basicamente, o localizador emite um sinal Bluetooth seguro para todos os dispositivos compatíveis com a respectiva plataforma, que por sua vez consegue determinar a sua localização através de um triangulamento do sinal, bem como fazer um registo de localização. Este tipo de tecnologia está disponível em vários dispositivos, mas tendo em conta a dimensão do universo de dispositivos Apple (iCloud) e Samsung (Galaxy Find Network), é compreensível que sejam os Apple AirTag e os Samsung SmartTag os que oferecem maior probabilidade de serem encontrados, especialmente se o objecto perdido estiver em movimento. Todo este processo ocorre de forma anónima e totalmente segura (dados encriptados), pelo que os utilizadores que estão a contribuir para a identificação dos localizadores perdidos nem se apercebem da sua contribuição.