Os pais parecem não ter autoridade ou, no limite, não dão importância às regras que, eles próprios, impõem aos filhos para usar computadores, smartphones, aceder à Internet ou jogar online.
Esta é a conclusão de um estudo da empresa de segurança russa Kaspersky que inquiriu cerca de onze mil adultos de dezanove países, entre os quais França, Alemanha, Arábia Saudita, Colômbia e Nigéria – Portugal não foi escolhido para participar neste inquérito.
Influência negativa recíproca entre pais e filhos
As conclusões (preocupantes) apontam para o facto de 61% dos pais terem «dificuldade em seguir as regras digitais que definiram para os seus filhos», o que acaba por influenciar de forma negativa o «comportamento dos pais nos filhos e vice-versa».
Mas há mais números que acabam por justificar o facto de, cada vez mais, existirem casos de depressão, ansiedade digital, cyberbulling e isolamemnto entre as crianças: 46% dos pais não estabelece «hábitos e regras digitais saudáveis» para os filhos.
O estudo acaba por ser um “viveiro” de resultados que acabam por reflectir uma sociedade onde os pais estão a deixar de ter controlo sobre os filhos, numa idade mais baixa: 68% das crianças recebem computadores, tablets ou telemóveis «antes dos nove anos de idade».
«Pais têm de dar o exemplo»
A Kaspersky conclui ainda que os filhos tendem a imitar os pais: 48% dos adultos inquiridos admitem que passam «três a cinco horas em dispositivos digitais» e que 62% acha este tempo «normal»; também 48% das crianças gastam o mesmo tempo com os olhos colados aos ecrãs, embora 53% dos pais considere que esse tempo deveria ser reduzido.
«O consumo digital molda a relação entre pais e filhos e, mais importante ainda, tem impacto no desenvolvimento de uma criança. As crianças aprendem através da imitação. É por isso que se deve sempre considerar o que as crianças vêem em concreto. Não esqueçamos que os pais estão sempre a dar o exemplo aos seus filhos», conclui Vanessa Gonzalez, directora de comunicação da Kaspersky Ibéria.
O estudo Raising the Smartphone Generation pode ser lido na totalidade, com mais números sobre os hábitos digitais, aqui.