Esta semana, a FTC (Federal Trade Commission), a entidade reguladora dos mercados nos Estados Unidos, entrou com uma acção em tribunal para bloquear a aquisição da Arm pela gigante dos hardware gráfico e inteligência artificial Nvidia, que está avaliada em 40 mil milhões de dólares. Segundo a FTC, este negócio iria dar à Nvidia uma posição de controlo sobre outras empresas que dependem da Arm para lançarem os seus produtos, incluindo empresas rivais da própria Nvidia. Este negócio já estava a ser alvo de uma investigação levada a cabo pela Comissão Europeia.
As razões principais que foram invocadas pela FTC para tentar bloquear o negócio foram a inovação e a concorrência. O controlo da Arm pela Nvidia pode distorcer os incentivos que a empresa dá às entidades que licenciam a sua tecnologia e limitar a inovação, especificamente em campo como condução autónoma, tecnologia para datacenters e processadores para computação na nuvem. A Arm licencia os designs dos seus chips a empresas que os usam em produtos como smartphones, tablets e automóveis.
Outro obstáculo ao negócio, é a partilha de informação com Arm que tem de existir durante a fase de design dos produtos das empresas que licenciam a sua tecnologia. No caso de o negócio ser concluído, essa informação seria, na prática, partilhada com a Nvidia, o que poderia afectar a concorrência, inovação e reduzir a confiança dos clientes na neutralidade da Arm quando se partilhasse informação acerca de novos chips.
A FTC votou unanimemente para prosseguir com a acção judicial e a primeira sessão do julgamento já está marcada para Agosto 2022. Neste caso, a FTC está a trabalhar em conjunto com os reguladores do Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e com o regulador da União Europeia.