O conceito de ter todos os anos um jogo que custa um mínimo de setenta euros chegou ao fim da linha. Para o ano, o título de futebol da EA tem de ser anunciado com um novo embrulho e uma nova forma de cativar os fãs. Provavelmente, o jogo vai perder o direito de usar ‘FIFA’ no nome, o que pode dar um empurrãozinho para que tudo mude – se criticamos a Apple por não inovar de forma considerativa nos mais recentes iPhones, muito mais temos de apontar o dedo à EA por, sucessivamente, lançar autênticos DLC por setenta euros.
Quando esta revista chegar às bancas, FIFA 22 já foi mais que escalpelizado online: quem estava na dúvida sobre se comprava ou não a edição deste ano já tomou a sua decisão e já serão muito poucos ou nenhuns os que ainda estão hesitantes. Assim, o mais importante nesta página não é fazer uma review profunda e ao pormenor de FIFA 22, mas talvez desconstruir o que, na realidade, representa e vale actualmente esta série de jogos, que está quase a fazer trinta anos e que deixou de ter um rival à altura, depois de PES ter mudado de rumo.
DLC e venda por módulos
Nos eSports, FIFA continua a ser o rei e é o jogo que domina os torneios de futebol virtuais. Esta é uma posição que a EA não se pode dar ao luxo de perder e dá o pontapé de saída para uma das nossas propostas para revolucionar a série: o lançamento de uma versão ‘Pro’ ser podia ser a escolha de apenas quem se quisesse lançar numa carreira de jogador profissional.
A partir daí, teríamos um FIFA (ou qualquer que seja o futuro nome do jogo), dividido por módulos, consoante os modos de jogo, e centrado num regime de DLC, com uma versão-base que teria de ser obrigatoriamente comprada. Todos os anos passaria a haver actualização paga de equipas e clubes, para quem quisesse ter tudo up to date.
FIFA podia partir, assim, para um desmembramento em que os modos de jogo seriam vendidos em stand alone, para corresponder apenas às expectativas dos fãs: quem quisesse apenas jogar online, em Seasons ou Cups, compraria apenas esse módulo. Seguia-se o mesmo para o FUT e para os modos Carreira, Temporada e até mesmo do Volta, que este ano traz um modo de jogo com desafios Arcade, divertido q.b. E porque não pacotes com as ligas de cada país e/ou competições?
Ser bom nos gráficos não chega
Como está actualmente, FIFA é um jogo mais que esgotado. É verdade: as animações, a jogabilidade, as opções, a forma como podemos montar e definir a estratégia de uma equipa e a envolvência sonora nos estádios está sempre melhor de jogo para jogo, mas de forma muito ligeira. Ora, isto faz-nos reforçar a ideia de que, nos próximos dois a três anos, muito pouco se pode inovar nestes campos, pelo que o conceito de DLC com updates de jogadores e equipas seria o caminho a seguir.
Editora e Distribuidora: EA
Plataformas: PS4, Xbox One, Nintendo Switch, Windows
Preço: €69,99 (PS4, Xbox One), €59,99 (Windows)