A Reviewpad apareceu «motivada pela necessidade de se terem melhores ferramentas para o processo de revisão de código», revela Marcelo Sousa, CEO e co-fundador da startup. O responsável já estava a «desenvolver ferramentas automáticas para melhorar a qualidade de código» e, em conjunto Adriano Martins, apercebeu-se de que podiam «adaptar algumas dessas técnicas para melhorar a forma como os programadores fazem a revisão». A plataforma da Reviewpad usa IA e «faz o trabalho árduo e deixa apenas a tarefa essencial para o programador», ou seja, «das mudanças mais sensíveis», salienta o empreendedor.
A startup quer «simplificar o processo de revisão de código para que qualquer programador no mundo se integre facilmente numa equipa de software, independentemente da sua experiência e da complexidade do código», diz Marcelo Sousa. O responsável alerta, no entanto, que a ideia «não é usar a inteligência artificial para substituir os programadores no processo de revisão, mas sim para dar informação que ajude os programadores neste processo» e explica porque diz isto: «Esta diferença é muito importante para nós, porque acreditamos que o processo de revisão de código é demasiado importante para ser completamente automatizado».
Velocidade e conhecimento
O CEO diz que a tecnologia que desenvolveram «combina a análise semântica do código com a análise do histórico de revisões», o que permite «compreender a evolução do código ao longo do tempo para saber quem são os elementos de uma equipa mais indicados para fazer a revisão e qual é o contexto relevante a cada alteração que tem de ser revista».
Isto traz benefícios às empresas porque «aumenta a velocidade da equipa de desenvolvimento,e melhora a comunicação entre elementos da equipa sobre o código». Ao optimizar estas duas vertentes, as equipas tornam-se «mais rápidas a finalizar as tarefas e com maior qualidade», esclarece Marcelo Sousa. É precisamente na área de «transferência de conhecimento entre elementos das equipas» que está uma das grandes apostas da Reviewpad. «Frequentemente, as revisões são feitas pelos mesmos elementos numa equipa, e se estes elementos saírem da equipa, ou empresa, irão deixar uma grande knowledge gap que os outros elementos não conseguirão complementar». A tecnologia da startup faz com que todas as revisões de código possam ser utilizadas no futuro, mantendo assim o valor e conhecimento de todas as revisões, mesmo depois de serem integradas», refere.
Neste momento, a solução da Reviewpad está a ser testada em «equipas até 25 programadores» em organizações com diferentes perfis, «desde startups até empresas com centenas de colaboradores» na Europa. O «plano é lançar o Reviewpad em Outubro, para todas as equipas que usem o GitHub, GitLab ou Bitbucket». Hoje, já é possível aceder a uma versão beta através do website da empresa, «que pode ser testada por qualquer programador», diz Marcelo Sousa.
Investir na inovação e comunicação
A empresa conseguiu um investimento superior a meio milhão de euros feito por «um business angel com fortes ligações no mercado global de produtos para melhorar a qualidade de software» e vai usar parte desse financiamento nas suas «operações e para o desenvolvimento e inovação». A outra parte será para «divulgar a Reviewpad com o objectivo de chegar a mais equipas em mais mercados». Ao nível da expansão internacional, a aposta será «numa primeira fase na União Europeia e depois nos Estados Unidos». Além disso, esperam «no final de 2022, poder chegar à Índia, onde o mercado de programadores está a crescer».
Mas a startup quer mais como afirma Marcelo Sousa: «Vamos continuar a inovar até oferecermos a melhor experiência de revisão para todos os programadores e uma ferramenta que seja útil para as equipas».