Em breve, há um recurso de saúde criado em Portugal que se pode tornar standard no apoio remoto a doentes crónicos. O projecto, criado pelo ISEL, Nova IMS, Escola de Saúde Egas Moniz e pela startup genesis.studio (consórcio Data4Life), vai candidatar-se a fundos do PRR, com o objectivo de conseguir 25 milhões de euros em financiamento.
O conceito do Plano-A baseia-se numa plataforma de telemonitorização (ou seja, remota) que tira partido de IA para acompanhar a evolução de doentes crónicos – é um exemplo daquilo a que se chama ‘medicina de precisão’.
«A solução inclui apps, para pacientes e médicos, apoiadas por inteligência artificial e está já a ser pilotada em duas unidades prestadoras de serviços de saúde», explica Ricardo Correia, COO da genesis.studio, que está a liderar o projecto.
Com o Plano-A, os doentes podem fazer as «medições dos sinais biométricos e o registo de informação sobre o seu estado de saúde»; depois, os médicos analisam a informação recolhida e criam «alertas e recomendações» que se adaptam à condição de saúde dos utentes.
A IA entra em campo para gerar «informação preditiva relativa ao nível de risco de agravamento de cada doença», tendo em conta os dados e as decisões que vão sendo feitas pelo corpo clínico que acompanha os pacientes. Isto vai ainda permitir que os mesmos «tenham um papel principal nos seus tratamentos», explica Matilde Pato, professora assistente do ISEL.
Se o financiamento de 25 milhões de euros pedido ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência for aprovado, o Consórcio Data4Life prevê a criação de «setenta postos de trabalho altamente qualificados, programas de mestrado e doutoramento nas áreas da ciência de dados aplicada à saúde, engenharia informática e biomédica».