O Huawei Wtach 3 é o primeiro dispositivo a usar o Harmony OS, versão para relógios inteligentes. Nesta versão, o novo sistema operativo da Huawei é uma versão revista e ampliada do Lite OS, o sistema operativo usado nas versões anteriores dos relógios da marca chinesa.
As semelhanças com as versões anteriores acabam aqui, porque o Watch 3 traz muitas novidades que não estavam presentes nos anteriores.
Por fora
O Watch 3 tem um aspecto mais sofisticado que os anteriores e está disponível em três versões: a Classic, com acabamento em metal prateado e pulseira em couro, a Active, com acabamento em metal preto e pulseira em silicone e a versão Elite que tem pulseira em metal.
Em todas as versões, a parte de trás é feita em cerâmica para uma utilização mais confortável.
O ecrã é AMOLED com 1,43 polegadas e uma resolução máxima de 466 X 466 píxeis, com uma densidade de 326 ppp. Este ecrã é um pouco maior que os anteriores e os limites estão mais próximos do corpo do relógio, o que lhe dá mais área útil.
Uma novidade é a presença de uma coroa rotativa em substituição do botão superior, o botão inferior ainda está presente. A coroa rotativa serve para aceder ao menu principal (premindo) e navegar por ele, para aceder às várias aplicações e opções.
O sistema de fixação da pulseira é igual ao dos modelos anteriores, que permite trocá-la facilmente sem ser necessário usar ferramentas.
Na parte de trás está o novo sensor óptico para a medição dos batimentos cardíacos, o TruSeen 4.5, que, segundo a empresa, oferece mais precisão que o sensor presente nos modelos anteriores. Este sensor também é utilizado para fazer medições SpO2. No Watch 3, a Huawei também instalou um sensor de temperatura, que, como o nome indica, serve para medir a temperatura corporal continuamente.
O Watch 3 é à prova de água até 50 metros.
Por dentro
Por dentro, o Huawei Watch 3 usa um processador com dois núcleos fabricado internamente, tem 16 GB de espaço de armazenagem e 2 GB RAM.
Uma outra novidade do Watch 3 é a possibilidade de se usar um eSIM. Os eSIM são cartões SIM virtuais que, na prática, autonomizam o relógio do smartphone. Com estes cartões SIM virtuais, o utilizador pode fazer chamadas e usar redes de dados móveis. Se tiver um eSIM configurado no relógio poderá também usar a nova funcionalidade de detecção de queda, que faz uma chamada automática para um número predefinido, se detectar que o utilizador caiu. Em Portugal, a NOS, Vodafone e MEO oferecem a possibilidade de pedir um eSIM.
Os sensores internos são os que se espera encontrar num smartwatch: acelerómetro, giroscópio, sensor de luz ambiente, sensor de pressão atmosférica e sensor geomagnético.
O Watch 3 permite ainda ligá-lo a redes Wifi e a smartphones e auscultadores sem fios através de Bluetooth 5.2. Há possibilidade de usar sistemas NFS (por exemplo para pagamentos) e tem ainda funcionalidades de localização através dos sistemas GPS, GLONASS, Galileo e Beidu.
Bateria
Segundo a Huawei, a bateria do Watch 3 pode durar até 3 dias com todas as funcionalidades ligadas e até 15 dias em modo de poupança de energia, que desliga algumas das funções. Em comparação, a bateria do Watch 2 dura 14 dias com tudo ligado. Teria sido interessante integrar uma funcionalidade no sistema operativo que permitisse ao utilizador escolher que funções quer desligar individualmente para aumentar o tempo de vida da bateria em vez de ser o relógio a escolher (ou neste caso quem desenhou esta parte do software).
O carregamento da bateria é feito através de indução. Outra coisa de que tenho pena que Huawei tenha removido, é a possibilidade de se remover o cabo de carregamento da base como nas versões anteriores. Como a ponta do cabo de carregamento é USB Type-A, isto obriga a usar um carregador com uma destas saídas, o que hoje em dia faz cada vez menos sentido, visto a maioria dos dispositivos móveis usarem carregamento USB Type-C e cada vez menos carregadores têm entradas USB Type-A.
Software
Como já foi escrito, o Watch 3 usa o HarmonyOS, o sistema operativo desenvolvido pela Huawei para tentar contornar a impossibilidade de usar o Android completo, devido ao bloqueio americano.
O HarmonyOS é um sistema operativo que está disponível (para já) em duas versões, uma para smartphones (baseada em Android) e uma para wearables (baseada no Lite OS, usado nas versões anteriores). No entanto, esta versão do HarmonyOS é muito mais completa que a anterior porque inclui várias novidades, como a possibilidade de instalar aplicações através da App Gallery da Huawei.
A interface principal é muito semelhante à do WatchOS da Apple, com uma nuvem de ícones que dão acesso às aplicações instaladas no relógio. Quando está neste ecrã principal, a coroa rotativa serve para ampliar ou reduzir os ícones para conseguir ver melhor.
Tal como acontece com os modelos anteriores, o Watch 3 tem mais de 100 modos de exercício que podem ser escolhidos pelo utilizador e algumas funcionalidades são activadas automaticamente, como a detecção de sono e alguns dos desportos.
A interface é muito simples de usar e os toques no ecrã são bastante precisos, mesmo quando os ícones são de pequenas dimensões.
Tal como nos modelos anteriores, no telemóvel tudo é controlado pela aplicação Huawei Health (existe para Android e iOS), que reúne toda a informação recolhida pelo relógio acerca do utilizador, permite fazer actualizações de firmware e instalar novos mostradores. Francamente, a aplicação funciona muito melhor e está mais completa em Android do que em iOS.
Utilização
A ligação ao smartphone, mesmo não sendo Huawei, é muito simples depois de instalar a aplicação Huawei Health. Tudo pode ser feito de dentro da aplicação e não nenhuma necessidade de andar a navegar pelas definições do Android para emparelhar o relógio.
Uma das coisas mais importantes em qualquer smartwatch é a leitura à luz do Sol e este Watch 3 saiu-se bastante bem. O sensor coloca o ecrã no brilho máximo quando detecta uma certa abundância de luz, para melhorar a legibilidade. Ao Sol consegue-se ler bastante bem a informação que está no ecrã do Watch 3.
Apesar de o ecrã ser um pouco maior, não consegui entender porque é que os mostradores dos modelos anteriores não estão disponíveis para este novo relógio, porque, na minha opinião, estão muito mais bem conseguidos que os que acompanham o Watch 3, que são muito “sofisticados” ou muito “clássicos”, não havendo praticamente nenhum meio-termo.
A secção do Watch 3 na App Gallery, a loja de apps do HarmonyOS ainda tem poucas aplicações e as que tem servem para complementar as apps que já vêm no relógio.
Notei que, em modo de exercício, o relógio por vezes teve alguma dificuldade em encontrar o sinal de GPS. Isto não impede o exercício, mas se não for detectado, não aparece no mapa.
Em termos de medições dos batimentos cardíacos, o Watch 3 está mais ou menos ao mesmo nível do Watch 2 em termos de precisão, apenas é um pouco mais rápido a detectar o pulso.
Três dias de bateria são bastante bons com os sensores todos ligados, principalmente se olharmos para o Apple Watch. Mas não chega ao tempo de vida de bateria dos Watch 2, que chega aos 15 dias com todas as funcionalidades ligadas.
No modo de poupança de bateria, o Watch 3 parece muito mais limitado e, como já escrevi, o utilizador devia poder desligar as funcionalidades que quisesse em vez de estar limitado àquilo que a Huawei definiu. Ainda assim, se não usar um eSIM ou Wifi, pode sempre manter estas duas funcionalidades desligadas para conseguir poupar um pouco mais. Também pode desligar a monitorização contínua dos batimentos cardíacos e só a ligar quando está a fazer exercício.
Distribuidor: Huawei
Preço: €369,99 (Versão Active), €429,99 (Versão Classic), €599,99 (Versão Pro Elite)