Para vos cozinhar esta coluna, leio e guardo por mês dezenas de artigos a pensar no que vos posso servir no mês seguinte. Mas, como estão a acontecer demasiadas coisas nestes primeiros meses de 2021, muitos vão ter de ir borda fora. Os que sobraram, vão ser servidos em modo caldeirada. Bom apetite.
A Internet é um antro de totós. Houve uma mulher que partiu (com dificuldade) uma guitarra eléctrica no final da sua actuação num programa de TV. Foi o escândalo. Criaram-se grupos de defesa das guitarras, outros de ataque à mulher. Já ninguém se lembra do que é o rock’n’roll? Em que mundo vive esta malta? E o que é que têm que ver com as guitarras que as mulheres partem na TV, que são delas? 99% dos utilizadores de Internet não aguentariam cinco minutos de um intervalo escolar do meu 8.º ano sem irem ao poste.
O Facebook do avesso. É uma situação a acompanhar com atenção, pois parece ser o início do fim do monopólio do Facebook. Como não houve acordo no licenciamento de notícias entre a rede social e o governo australiano, o Facebook bloqueou todos os sites informativos, fossem jornalísticos ou não. O que prova que podiam fazer o mesmo aos desinformativos, se quisessem. Estamos atentos aos próximos desenvolvimentos, que espero serem comentados pelo @OzzyManReviews.
Querem o meu corpo para quê? É triste, mas a última solicitação que tive (e em muito tempo, devido ao confinamento) de um bocadinho de mim, foi feita por uma aplicação. Foi só uma impressão digital, mas achei um abuso. Ainda me lembro quando essa parte de nós estava destinada apenas ao Estado. E talvez à Polícia, dependendo da velocidade a que conseguiam correr. A nossa existência física já está detalhada em pulsações, localizações e outras informações que dão corpo a um corpo de dados que não controlamos. CSV, ou Corpos Separados por Vírgulas, alojados num servidor. Como nenhuma guitarra eléctrica se partiu no processo, ninguém ligou.
Procurem no YouTube: ‘Pete Townshend smashing guitar’. E que o rock’n’roll vos guie.