A SpaceX acaba de convencer a entidade reguladora das comunicações dos Estados Unidos, FCC, a permitir a operação dos satélites da constelação Starlink em órbitas mais baixas, mesmo contra as objecções das empresas concorrentes. A partir desta semana, a SpaceX vai poder operar os seus satélites de fornecimento de serviço de acesso à Internet Starlink a altitudes entre os 540 e os 570 km de altitude. Anteriormente as altitudes permitidas estavam entre os 1110 e os 1300 km de altitude.
Inicialmente, a FCC tinha dado permissão à empresa para operar 1584 satélites, cerca de um terço do total previsto, numa órbita de 550 km. Desde a concessão da licença inicial, a SpaceX já lançou quase 1400 satélites, que permitiram aumentar a cobertura do serviço nos Estados Unidos e Europa (incluindo Portugal).
No ano passado, a SpaceX pediu para alterar a licença para operar os satélites restantes à mesma altitude, justificando o pedido com o bom funcionamento do serviço. Mas, durante o processo de avaliação, a FCC recebeu mais de 200 comentários sobre o pedido, incluindo de várias empresas concorrentes, que se opunham à alteração.
A oposição às pretensões da SpaceX incluiu a Amazon, Viasat, OneWeb e a HughesNet. Durante meses estas empresas contestaram os argumentos da SpaceX, que justificou o pedido com a necessidade de expandir a rede para órbitas mais baixas, citando a existência de interferências. A Amazon argumentou que, devido à quantidade de satélites, a rede Starlink pode causar congestionamentos com outros satélites.
Apesar da oposição, a FCC acedeu ao pedido da SpaceX, argumentando que: “Concluímos que o angulo de elevação das antenas terrestres em conjunto com uma altitude mais baixa dos satélites permitirá uma melhor experiência de utilização, mais rápida e com menos latência. Também concluímos que a alteração não apresenta problemas de interferências significativos.”
Apesar da aprovação, a FCC impôs várias condições à Starlink. Por exemplo, a SpaceX tem de fornecer um relatório semestral que aponte quaisquer manobras para evitar colisões que os seus satélites tenham feito. No mesmo relatório, a empresa terá de indicar os satélites que deixaram de funcionar. Segundo a FCC, dos 1383 satélites Starlink lançados pela SpaceX, 43 deixaram de funcionar.
A licença detida pela SpaceX para o sistema Starlink, permite a operação de até 4408 satélites, mas já pediu licença à FCC para lançar mais.