A ideia foi de Joaquim Miranda (gestor/formador – à direita, na foto) e Fernando Santos (licenciado em Engenharia Informática e de Computadores pelo IST – à esquerda): faltava em Sintra uma escola para formar novos programadores, num modelo mais regional.
Aliás, este é precisamente o conceito da Run Code School – foco em resolver as necessidades de determinadas áreas geográficas, em detrimento do mass market. A “aventura” começa em Sintra, por ser a região de onde são naturais os dois fundadores, mas também pelas características da zona
«Há muito potencial em Sintra, é onde estão várias grandes empresas de tecnologia. Não havia uma oferta de formação em código e temos aqui um grande potencial – é onde está a maior percentagem de jovens do País», explica Joaquim Miranda à PCGuia. No futuro, o objectivo pode passar por replicar este ‘modelo regional’ noutras partes de Portugal.
Cem alunos formados em dois anos
A Run Code School tem financiamento do programa Portugal2020, apoio da Câmara Municipal de Sintra e da fundação Aga Kahn, através do projecto Bytes4Future, que começou em 2018 com o Code for All Sintra. São estes parceiros que permitem que a escola tenha aquela que será a sua grande vantagem: o curso avançado de programação é totalmente gratuito.
Joaquim Miranda e Fernando Santos querem formar cem jovens entre os 18 e os 29 anos em 2021 e 2022: para isso, a escola vai abrir cinco turmas nestes dois anos, cada uma com vinte vagas.
Até final deste ano, o objectivo é começar três bootcamps de dez semanas – contudo, o início do primeiro está dependente das regras do plano de desconfinamento que António Costa apresenta a 11 de Março, uma vez que esta formação obriga a que haja presença física dos alunos – Joaquim Miranda espera que as aulas comecem a «meio de Abril».
Run Code School quer todos aos mesmo nível
As inscrições para o Curso Avançado de Programação podem ser feitas no site da Run Code School. Depois, há um processo de selecção, com entrevista e a realização de alguns exercícios, para que os formadores percebam o nível de conhecimento dos candidatos.
«Para que estejam todos num nível semelhante, e porque não queremos que a falta de conhecimentos não seja um entrave à entrada no curso, quem mostrar menos aptidões segue para um curso de iniciação também gratuito, onde os alunos podem aprender inglês e noções básicas de programação», diz Joaquim Miranda.
Saídas profissionais na Startup Sintra ou via IEFP
No final do bootcamp, a entrada no mercado de trabalho profissionais (Joaquim Miranda confirma uma taxa de empregabilidade semelhante à garantida por outras escolas do género, entre 90 e 95%) será viabilizada a partir de duas vias: parcerias com empresas da Startup Sintra (onde a Run Code School está incubada) e com o IEFP.
«Temos um grande desafio à nossa frente. A forma mais segura de atingirmos o nosso objectivo está assente em três pilares: na atracção dos jovens para a formação em programação; na ligação diária às empresas para que façam parte de todo o processo, aumentando a probabilidade de criar empregos e no “despertar a atenção” e consequente envolvimento das instituições que trabalham esta área», conclui o co-fundador da Run Code School.