Costuma dizer-se que, na Internet, em especial na Dark Web (o lado “obscuro” da Internet, cujo acesso tem de ser feito com browsers especiais) tudo se vende e tudo de compra, desde arte contrafeita a armas nucleares.
Por isso, não seria preciso esperar muito até haver vacinas contra a COVID-19 no mercado negro: as versões da Oxford/AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sputnik V e Sinopharm têm preços entre os 500 e os 600 dólares (400 a 500 euros); esta foi uma oferta que aumentou 300% nos últimos três meses, segundo a empresa de segurança Check Point.
Mas a oferta “pandémica” na Dark Web não fica por aqui: «A actividade deste tipo estendeu-se também aos certificados de vacinação e a resultados negativos de testes à COVID-19, com a promoção de ofertas especiais ‘compre três, pague dois’ ou versões DIY de certificados, gerados em trinta minutos por apenas 25 dólares», revela a empresa.
A investigação da Check Point levou a empresa a contactar com alguns vendedores de certificados e testes negativos e percebeu como funciona o esquema – os compradores podem escolher as datas que quiserem e os nomes e até pagar em Bitcoin, para que os vendedores não sejam identificados.
«É imperativo que as pessoas compreendam que entrar em qualquer uma destas transacções é extremamente arriscado, porque os hackers querem essencialmente extrair informação pessoal» avisa Oded Vanunu, head of product vulnerabilities research na Check Point.
Oded Vanunu recomenda ainda que «não se partilhem certificados de vacinação nas redes sociais» – a razão é óbvia: os hackers podem usá-los como modelo para criar documentos falsos.