Nuno Gomes, Tiago Vidigal e Hélder Marques são três amigos de longa data que queriam criar um projecto com impacto na sociedade. A ideia de desenvolver uma solução ligada à área da educação surgiu quando foram pais e quiseram encontrar a escola ideal para os filhos, salienta Nuno Gomes, CEO e co-fundador da startup: «Após várias pesquisas na Internet, percebemos que não havia um sítio que reunisse informações completas e actualizadas das escolas nacionais, complementadas com opiniões de outros pais, que nos ajudasse a escolher a escola certa». Além disso, sentiram que exista outra lacuna: a «comunicação entre a escola e os pais». A Growappy nasce, assim, para «melhorar a educação e aproximar as escolas das famílias».
Dados sobre dez mil escolas
O projecto permite aos pais ter informações de mais de dez mil escolas nacionais, tanto públicas como privadas, e pesquisar usando vários filtros, como localização, níveis de ensino, serviços, actividades, pedagogias de ensino, entre outras características. Os pais podem colocar as suas opiniões sobre os estabelecimentos de ensino, dando o seu feedback, quer a outros interessados, quer às próprias escolas sobre «os aspectos que mais valorizam e os que devem ser melhorados».
Além disso, «há uma parte dedicada a toda a comunidade escolar», salienta Nuno Gomes. Por um lado, os directores das escolas podem solicitar o acesso à página da sua escola, de forma gratuita, e enriquecê-la com informações»; por outro, há uma área onde os estabelecimentos de ensino «terão várias das suas tarefas simplificadas e digitalizadas, como a facturação, a rotina diária das crianças, a produção da documentação pedagógica e a comunicação com as famílias». Tudo isto serve para que «os educadores possam dedicar mais tempo ao que realmente importa, as crianças», diz o CEO.
A plataforma tem algumas características que Nuno Gomes considera inovadoras e que são as mais-valias da solução. É o caso da camada de privacidade associada ao envio das fotografias dos alunos por parte das educadoras: as crianças «são automaticamente identificadas através de algoritmos de reconhecimento facial» para que sejam «enviadas apenas para os respectivos pais, sem que tenham que se preocupar com os critérios de privacidade, já que os próprios pais podem optar que os seus filhos apareçam desfocados para as restantes famílias nas fotografias de grupo».
Outras áreas são a configuração de «grelhas de aprendizagens e o sistema de inteligência artificial da Growappy que «considera os vários registos de observação e avaliações realizadas pelos educadores ao longo do tempo, sugerindo os aspectos em que se deverão focar com as crianças, de forma personalizada, para que estas desenvolvam as aprendizagens onde têm mais dificuldades».
A Growappy também está a ajudar na pandemia, já que permite fazer «reuniões remotas de pais» e auxiliar os educadores a «interagir com as crianças através de actividades síncronas ou assíncronas».
A Growappy já teve reconhecimento por parte da comunidade tecnológica nacional e ganhou o prémio da categoria de ‘Educação’ do concurso ‘Acredita Portugal’, o que «foi muito importante para dar visibilidade» e «despertou o interesse de várias escolas» na plataforma, salienta Nuno Gomes.
Cabo Verde é o segundo mercado
A internacionalização «sempre foi um objetivo» para a Growappy e actualmente há escolas em Cabo Verde que utilizam a plataforma, mas a startup não quer ficar por aqui, como revela Nuno Gomes: «Num futuro próximo, pretendemos chegar a novos mercados, como o espanhol e o brasileiro. Temos como ambição continuar a crescer enquanto solução e chegar a mais escolas e famílias em todo o mundo, para que possamos cumprir a nossa missão e impactar de forma positiva a vida de milhares de pessoas».